Mulheres na Indústria 4.0: a importância delas na revolução digital

Discutir o papel das mulheres na Indústria 4.0 e conhecer os desafios e oportunidades que elas enfrentam neste mercado é fundamental para transformá-lo.
Atualizado em: 2 de outubro de 2023
Tempo de leitura: 7 minutos

A Indústria 4.0 tem se tornado uma realidade cada vez mais comum na produção industrial e trouxe uma série de avanços tecnológicos. E vale dizer que as mulheres têm um papel fundamental na construção desse mercado.

Com habilidades como criatividade, multifuncionalidade, resolução de problemas e pensamento crítico, as mulheres são fundamentais para criar indústrias mais eficientes e inovadoras, capazes de atender com eficiência sua capacidade produtiva. 

Quer entender melhor a importância das mulheres para a revolução digital e a Indústria 4.0 nesta data especial: Dia Internacional das Mulheres? Continue a leitura!

O que é a Indústria 4.0?

O termo Indústria 4.0 refere-se a uma nova fase na evolução industrial, caracterizada pela adoção de tecnologias digitais avançadas e interconectadas. Essas tecnologias incluem a Internet das Coisas (IoT), inteligência artificial (IA), robótica, realidade aumentada, impressão 3D, computação em nuvem, entre outras.

A Indústria 4.0 proporciona otimizar processos produtivos, reduzir custos e aumentar a qualidade dos produtos. Com isso, as organizações podem atingir agilmente seus objetivos, como entregar produtos no prazo certo e com a qualidade esperada, por exemplo. 

Indústria e o Dia Internacional da Mulher

O Dia Internacional da Mulher teve início a partir de uma reivindicação por melhores condições de trabalho na indústria. Em 8 de março de 1917, milhares de trabalhadoras russas foram às ruas reivindicar por condições de trabalho adequadas e pela redução da jornada diária de trabalho, que, na época, era de 14 horas. 

Nesse período, as fábricas estavam ocupadas por mulheres, uma vez que os homens foram lutar na Primeira Guerra Mundial (1914-1918). A manifestação liderada pelo público feminino ficou conhecida como “Pão e Paz” e foi utilizada como base para a criação do Dia Internacional das Mulheres pela ONU. 

Mulheres na Indústria 4.0

Ainda há um senso comum equivocado de que mulheres não se interessam, ou até mesmo não se adaptam ao ambiente industrial, mas não é isso que as pesquisas de mercado mostram. 

Atualmente, o Brasil tem cerca de 2,5 milhões de mulheres atuando no setor industrial, em diversos cargos, segundo a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI).

O mesmo levantamento ainda destaca o crescimento do número de mulheres nos cargos de liderança. Segundo o presidente da ABDI, Guto Ferreira, esse aumento deve-se ao fato das profissionais femininas serem extremamente qualificadas e dedicadas às suas funções.

Apesar de elas ainda serem minoria dentro da indústria, o número de mulheres em ambientes industriais vem crescendo continuamente nos últimos anos. De acordo com dados do Ministério do Trabalho e Previdência, a presença feminina na indústria cresceu 14,3% entre 1995 e 2015. 

Por outro lado, as mulheres ocupam apenas 24% das vagas na indústria brasileira. Isso mostra que ainda há um árduo caminho a ser percorrido para alcançar a igualdade de gênero dentro das fábricas brasileiras. Por isso, muitas empresas e instituições de ensino têm investido atualmente em programas para incentivar as mulheres a ingressar no mercado de tecnologia.

Disparidade entre homens e mulheres no mercado de trabalho

Apesar dos avanços notáveis das últimas décadas e da criminalização da discriminação de gênero, as mulheres ainda enfrentam dificuldades no mercado de trabalho. Esses obstáculos são especialmente vistos em ambientes majoritariamente masculinos, como é o caso da indústria 4.0.

Uma recente pesquisa feita pela Catho revelou que, em 2021, mulheres exercendo a mesma função que homens chegaram a ganhar até 34% menos que eles. Quando se trata de cargos de liderança, essa diferença pode chegar a 24%. 

Além disso, a conciliação da maternidade e carreira, o preconceito, e até mesmo assédio sexual são apontados como desafios diários para as mulheres. Vale destacar que a legislação vigente criminaliza estas e outras ações contra as mulheres no ambiente de trabalho, como: 

  • Discriminar e limitar o acesso ao emprego ou sua permanência, por motivo de sexo, origem, raça, cor, estado civil, situação familiar ou idade;
  • Publicar vagas em que haja referência aos fatores citados acima;
  • Recusar emprego ou promoção unicamente pelo gênero;
  • Remunerar desigualmente mulheres, tendo como base o seu gênero;
  • Solicitar exame ou atestado que comprove (ou não) gravidez ou infertilidade para admissão ou permanência na vaga;
  • Revistas íntimas a funcionárias.

Cinco mulheres que fizeram história na tecnologia 

As mulheres têm participado ativamente da transformação digital, quebrando barreiras e abrindo caminho para outras profissionais. Confira alguns nomes de mulheres que fizeram história na tecnologia:

1- Ada Lovelace

Ada Lovelace foi uma matemática e autora inglesa, mais conhecida por ser a primeira programadora do mundo. Em 1843, ela foi a responsável por escrever o primeiro algoritmo da história, quando não havia máquinas capazes de processá-lo.

No entanto, como não existiam computadores na época, Ada nunca conseguiu testar seu algoritmo. No entanto, alguns anos após sua morte, eles se mostraram corretos. Hoje, ela tem um prêmio nomeado em sua homenagem pelo maior avanço em TI.

2- Irmã Mary Kenneth Keller

Mary Kenneth Keller foi uma freira católica que viveu nos Estados Unidos e a primeira mulher a obter um Ph.D. em Ciência da Computação em 1965. Seu trabalho serviu de base para a criação da linguagem de programação BASIC, utilizada há décadas em máquinas de todo o mundo.

Atualmente, o Clark University Computer Science Center (onde Mary lecionou até sua morte) leva seu nome. Durante sua vida, ela publicou quatro livros sobre programação que permanecem como referências inovadoras até hoje.

3- Hedy Lamarr

Hedy Lamarr foi uma das atrizes mais famosas da Hollywood clássica, mas seu legado vai muito além disso. Na década de 1940, ela se juntou ao inventor George Antheil para criar um dispositivo de interferência para enganar o radar nazista.

Mais tarde, essa invenção serviu como base para criar conexões Wi-Fi e de telefonia celular. Hedy não viveu para ver isso, mas em 1997 ela foi homenageada pela Electronic Frontier Foundation por sua incrível contribuição à tecnologia.

4- Frances Allen

Foi a primeira mulher a receber o Prêmio Turing, concedido anualmente a um indivíduo por contribuições à ciência da computação. Frances, além de contribuir para a popularização dos computadores, desenvolveu sistemas de otimização projetados para permitir a execução de softwares mais avançados em computadores mais simples.

Ela passou 45 anos na IBM, onde criou um dos primeiros sistemas de segurança para a agência de segurança nacional do governo dos Estados Unidos. Dessa forma, ela se tornou uma das figuras mais conhecidas da computação no século passado.

5- Clarisse Sieckenius de Souza

Temos também uma representante brasileira na lista: Clarisse Sieckenius de Souza, cientista da computação, autora e chefe do Departamento de Informática da PUC Rio. 

Ela é um dos grandes nomes da pesquisa de interação humano-computador na China e é responsável pela teoria da engenharia simbólica.



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Atualmente, Clarisse trabalha no campo da filosofia da tecnologia e explora os campos da ética e da mediação algorítmica dos processos sociais. Ela é reconhecida internacionalmente e atua na área há mais de 30 anos.

Desafios encontrados pelas mulheres na Indústria 4.0

Embora a Indústria 4.0 ofereça muitas oportunidades para as mulheres, elas ainda enfrentam alguns desafios significativos. Conheça os principais:

Desigualdade salarial

Como em outros setores, as mulheres na Indústria 4.0 frequentemente enfrentam desigualdade salarial em comparação com seus colegas do sexo masculino.

Além de ilegal, essa prática pode desmotivar as funcionárias e fazer com que as empresas percam talentos incríveis que compõem suas equipes.

Baixa representatividade

A indústria ainda tem domínio maior dos homens, o que pode dificultar a entrada das mulheres e limitar suas oportunidades de carreira. 

Ver outras mulheres nesse ambiente, principalmente em cargos de liderança, promove um ambiente empoderador que resulta na motivação e engajamento das demais funcionárias.

Falta de mentoria e suporte 

A falta de mentores e redes de apoio pode dificultar o avanço das mulheres na indústria e limitar sua capacidade de fazer conexões e encontrar novas oportunidades de carreira. 

Por isso, é importante investir na criação de um ambiente mais inclusivo e acolhedor para as mulheres.

Desafios na conciliação de trabalho e vida pessoal

Muitas mulheres enfrentam desafios para equilibrar as responsabilidades profissionais com as demandas de suas vidas pessoais. Essa dificuldade é especialmente sentida por mulheres que são mães. 

Nesse sentido, é importante que a empresa estabeleça um tratamento especial para as profissionais que são mães. Por exemplo, flexibilizar o horário. 

Falta de reconhecimento

As mulheres na indústria geralmente carecem de reconhecimento, o que afeta sua motivação e engajamento. 

Portanto, estabelecer um plano de carreira para as mulheres e acompanhar seu desempenho são ações que podem motivá-las e garantir que se sintam satisfeitas. Além disso, pode ajudar uma empresa a reter talentos incríveis.

Panorama sobre a liderança feminina no Brasil 

De acordo com uma pesquisa da Bain & Company em parceria com o Linkedin, apenas 3% dos cargos de presidência corporativa são exercidos por mulheres no Brasil. Esse número revela a disparidade entre homens e mulheres nos cargos de liderança, o que destaca a discriminação de gênero em ambientes corporativos. 

Por outro lado, países liderados por mulheres foram mais eficazes no combate à pandemia, o que mostra a força feminina na liderança, seja de empresas ou de nações. 

Além disso, as empresas que investem em diversidade de gênero apresentam uma melhor performance, segundo a McKinsey — empresa de consultoria estratégica —, dados que mostram que investir em inclusão e diversidade é vantajoso para as organizações.

Ainda vale destacar que a expectativa é que a igualdade de gênero plena só seja atingida em 67 anos na América Latina, conforme estudo. Porém, as empresas podem desenvolver ações para reduzir esse tempo. 

Como as empresas podem incentivar mulheres na Indústria 4.0?

As empresas podem desenvolver ações para incentivar mais mulheres a entrar e permanecer na Indústria 4.0. Conheça algumas: 

Implementar a cultura de igualdade de gênero 

Uma cultura inclusiva ajuda a criar um ambiente de trabalho onde todos se sintam valorizados e respeitados. 

Essa visão deve começar no topo e se espalhar por todas as partes da empresa. Afinal, todos precisam saber que este é um ambiente onde há incentivos aos colaboradores, sejam mulheres ou homens. 

Desenvolver práticas inclusivas

A organização pode desenvolver políticas de equidade salarial, programas de licença parental e políticas de flexibilidade de horário para ajudar as mulheres a equilibrar sua vida profissional e pessoal. 

Além disso, é importante que as empresas adotem medidas para combater os estereótipos de gênero. Por exemplo, realizar palestras sobre direitos humanos, humanizar suas equipes de trabalho, criar um código de conduta etc. 

Criar um ambiente empoderador

As empresas podem promover grupos e associações de networking que apoiam e conectam mulheres na Indústria 4.0 para troca de experiências, ideias e oportunidades. 

Além disso, vale lembrar que um ambiente empoderador é aquele em que as mulheres se sentem ouvidas e respeitadas, sabendo que seu trabalho será reconhecido com base em seu desempenho e qualificação.

Como vimos, não é possível promover a transformação digital sem diversidade e equidade de gênero. A indústria 4.0 mudou a forma de produzir no Brasil e no mundo, portanto é importante se adaptar a essa nova realidade e levar esse espírito de modernidade e inovação também para as políticas sociais da empresa.

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