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Entenda o que é WCM – World Class Manufacturing e os benefícios de aplicar na prática

Entenda o que é WCM – World Class Manufacturing e os benefícios de aplicar na prática

Você já conhece a metodologia WCM - World Class Manufacturing? Então veja todos os detalhes e quais os pilares mais importantes para seguir.
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Atualizado em: 16 de outubro de 2024
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Tempo de leitura: 7 minutos

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World Class Manufacturing (WCM), ou Produção de Classe Mundial, é um método de gestão de produção cujo objetivo é elevar a excelência operacional, aumentando a eficiência, eliminando desperdícios e aplicando a melhoria contínua dos processos produtivos. A implementação desse modelo passa por 20 pilares, sendo 10 técnicos e 10 gerenciais. 

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Diante de um cenário de intensa concorrência e incertezas no mercado, o setor da indústria busca constantemente reduzir seus custos de fabricação e eliminar suas perdas. Esse é o ponto de partida para entendermos o que é o WCM.

Para se manter competitivo, é preciso buscar ações principalmente focadas em inovação. E dentro delas, existem micro e macro relações entre profissionais, máquinas e processos que farão toda diferença no mercado.

Com esse objetivo, diversos conceitos e técnicas relacionados à qualidade, produtividade, engenharia e redução de resíduos foram desenvolvidos. Eles foram feitos principalmente a partir da análise e de estudos de casos de sucesso. Um desses conceitos mais importantes atualmente é o World Class Manufacturing (WCM).

Você já ouviu falar desse termo? Ainda não? Então entenda agora o que é WCM, como ele surgiu e os pilares que formam esse conceito, essencial para o setor industrial.

O que é WCM?

Podemos definir o WCM (World Class Manufacturing ou Produção de Classe Mundial) como um conjunto de princípios, melhores práticas e técnicas que, no contexto de Indústria 4.0 que vivemos, ajuda a alinhar os processos já existentes com as novas tendências. Portanto, o objetivo principal é otimizar a produção.

Na prática, o WCM traz para as organizações um modelo que é considerado o melhor em excelência operacional na indústria. Então a necessidade de melhorar o desempenho das empresas fez surgir essa metodologia a partir de pesquisas realizadas principalmente em empresas japonesas e alemãs. 

Assim, o WCM dá a direção para um fabricante ser competitivo no cenário mundial e uma empresa de alto desempenho, especialmente em gerenciamento de operações.

Pilares do WCM

Para entender o funcionamento do WCM, precisamos falar dos seus pilares. Foram definidos ao todo 20 pilares que caracterizam a implementação desse modelo, sendo 10 técnicos e 10 gerenciais.

Conforme a estruturação do modelo, os pilares gerenciais são aqueles que formam toda a base da estrutura do WCM. São ações internas que precisam ser realizadas para que todos possam entender que a implementação do modelo é um compromisso firmado por todos. Já os pilares técnicos formam os processos práticos que sustentam essa estrutura.

Confira quais são cada um desses pilares do WCM:

Os 10 pilares técnicos

  • 1) Safety – Segurança
  • 2) Cost Deployment – Custo de Implantação
  • 3) Focused Improvement – Foco na Melhoria Contínua
  • 4) Autonomous Maintenance – Manutenção Autônoma
  • 5) Professional Maintenance – Manutenção Profissional
  • 6) Quality Control – Controle de Qualidade
  • 7) Logistics and Customer Service – Logística e Atendimento ao Cliente
  • 8) Early Equipment Management – Gestão de Equipamentos
  • 9) People Development – Desenvolvimento de pessoas
  • 10) Environment – Meio Ambiente

Os 10 pilares gerenciais

  • 1) Management Commitment – Compromisso da Gerência
  • 2) Clarity of Objectives – Objetivos Claros
  • 3) Route map to WCM – Mapa de Rota para o WCM 
  • 4) Allocation of Highly Qualified People to Model Areas – Colocação dos Melhores Profissionais em Áreas Modelo
  • 5) Commitment of the Organization – Compromisso de Toda a Organização
  • 6) Competence of Organization towards Improvement – Competência da Organização para Implantar Melhorias
  • 7) Time and Budget – Tempo e Orçamento
  • 8) Level of Detail – Nível de Detalhamento
  • 9) Level of Expansion – Nível de Expansão
  • 10) Motivation of Operators – Motivação dos Operadores

Como surgiu a metodologia WCM?

Na década de 2000, o WCM foi reinventado a partir da incorporação dos conceitos de Controle de Qualidade Total (TQC). Ele se origina de técnicas e ferramentas de produção que visam reduzir o desperdício, aumentar a qualidade da produção e melhorar o fluxo logístico. Muitas dessas técnicas se originaram no Sistema Toyota de Produção (TPS).

Para desenvolver esse novo modelo de excelência, algumas empresas em todo o mundo se reuniram para formar a Associação WCM, entre elas o Grupo Ariston, Embraco, Fiat, Royal Mail, Unilever e Volvo Powertrain. Hoje já são 166 fábricas divididas em 16 países no mundo que participam ativamente dessa Associação, ou seja, que implementam na prática.

A partir daí, a sigla WCM tem sido usada como referência a esse novo modelo desenvolvido. Entre as empresas citadas, um bom exemplo de execução da metodologia é o grupo Fiat. Em resumo, a empresa trabalha em todo o mundo no desenvolvimento e implementação do programa WCM. 

O que representa cada um dos 10 pilares técnicos do WCM?

Veja agora os detalhes sobre cada um dos pilares técnicos do WCM para entender o que eles representam no dia a dia de operação dentro das empresas.

1. Segurança

É um pilar técnico que envolve a melhoria contínua do ambiente de trabalho e a redução dos fatores que podem gerar acidentes ou outros incidentes perigosos. Ou seja, o objetivo do pilar segurança é eliminar o risco de acidentes.

Aqui as ações precisam ser sempre preventivas, e não corretivas, para eliminar qualquer tipo de perigo.

2. Custo de Implantação

Para criar um plano eficaz de redução de custos, onde as ações seguintes vão gerar economia e benefícios para a organização, é preciso estruturar o pilar de custo de implantação.

A partir disso, cada indústria vai conseguir determinar as mudanças na forma de produção, quais os métodos para eliminar os desperdícios gerados atualmente, como será feita a parte de análise e auditoria, além dos resultados esperados.

3. Foco na Melhoria Contínua

O objetivo deste pilar é, acima de tudo, alcançar a redução de custos no sistema de produção e eliminar atividades que não são otimizadas. Para isso, é preciso listar quais as formas de corrigir os erros e problemas.

As ações corretivas são orientados e têm que levar a uma solução definitiva problema e restaurar ou introduzir um novo padrão dentro da área de produção.

4. Manutenção Autônoma

Como máquinas e equipamentos operam frequentemente em condições precárias e nunca trabalham em plena capacidade, este pilar é realmente importante dentro do WCM. O objetivo principal é melhorar a eficiência do sistema de produção através de ações como:

  • Restauração da parte mecânica dos equipamentos, para voltar ao seu estado original mantendo os seus parâmetros técnicos iniciais;
  • Desenvolvimento de um sistema de cooperação para os operadores indicarem a necessidade de manutenção nas máquinas;
  • Desenvolvimento de sistemas de previsão, para lidar com as demandas de manutenção antes do surgimento de problemas.

Essas atividades devem ser apoiadas também pelo desenvolvimento de competências. Mas além disso, esse pilar também é responsável pela boa organização do local de trabalho, melhoria da eficiência e produtividade do sistema de produção.

5. Manutenção Profissional

Na indústria, é muito alto o número de falhas que ocorrem em sistemas por falta de medidas preventivas e pouca cooperação entre operadores de máquinas e os responsáveis pelo serviço de manutenção.

Então, as principais atividades sob este pilar são:

  • Controle e análise das causas de cada falha;
  • Desenvolvimento das qualificações do pessoal de serviço de manutenção;
  • Colaboração entre os membros da equipe responsável pela manutenção.

6. Controle de Qualidade

Apesar de muitas medidas preventivas já serem tomadas na área produtiva, há sempre situações em que os clientes não estão satisfeitos com nossos produtos ou serviços. Isso reflete a importância do pilar de controle de qualidade.

Afinal, defeitos podem ser encontrados, e o custo de produtos rejeitados pode se tornar uma despesa considerável para a empresa responsável pela produção.

Então o pilar da qualidade é geralmente projetado para oferecer garantias de produtos com alta qualidade a um custo mínimo. Mas um outro objetivo é desenvolver condições operacionais adequadas para os mais variados sistemas de produção.

7. Logística e atendimento ao cliente

Estoques sem identificação e controle ou a necessidade de parar a produção por causa da falta de matéria-prima são geralmente a razão para os problemas na área de logística.

Por isso, o conceito de WCM traz uma importância maior não só para a logística mas também para o atendimento ao cliente. O objetivo é criar condições favoráveis para o fluxo de materiais dentro da empresa e entre os fornecedores ou distribuidores para atingir pontos como:

  • Redução dos erros na gestão de estoque e inventário;
  • Minimizar a quantidade de deslocamentos;
  • Reduzir o número de quilômetros e tempo de trânsito;
  • Integrar compra, produção e rede de vendas.

8. Gestão de Equipamentos

Gerenciar bem os equipamentos dentro de uma operação que visa atingir o mercado a nível mundial precisa estar entre as prioridades dentro dos procedimentos da metodologia WCM. A execução eficiente deste tipo de trabalho permite a otimização de custos e eliminação de perdas resultantes do período de inatividade desses equipamentos.

A especificação dos requisitos técnicos para apresentar uma proposta de compra de novos equipamentos e suprimentos também deve ser exigida. Só assim você irá garantir a boa gestão desses itens dentro da área produtiva.

9. Desenvolvimento de Pessoas

Atividades dentro deste pilar são para garantir aos profissionais, através de um sistema estruturado de formação, competências e qualificações adequadas para cada cargo.

Além disso, o pessoal que cumprir a etapa de desenvolvimento passa a ter o papel de treinar em seguida os novos colaboradores que ainda não receberam o treinamento específico para as competências que precisam ter para executar suas funções.

10. Meio Ambiente

O décimo pilar é utilizado para atender o regimento ambiental e os requisitos de gestão no que se refere a normas de preservação do meio ambiente. É preciso observar os itens de conformidade e essas normas para trabalhar com a melhoria contínua das práticas de sustentabilidade.

Além disso, as principais atividades incluem:

  • Checagens internas periódicas para verificar o impacto da produção sobre o meio ambiente;
  • Identificação dos risco ambientais gerados na operação;
  • Uso da norma ISO 14000 e uma variedade de melhorias técnicas.

O que representa cada um dos 10 pilares gerenciais do WCM?

Já quando falamos dos pilares gerenciais, como já vimos, estamos lidando com a base que vai sustentar cada um desses pilares técnicos.

Então, podemos dizer que cada um dos itens gerenciais representam uma pergunta específica que precisa ser respondida pela equipe de gestão da empresa.

Fazendo a relação entre o significado e o que representa, definimos esses pilares como:

  • 1) Toda a gerência está ciente da importância do modelo?
  • 2) Onde queremos chegar com isso?
  • 3) Qual a melhor sequência de ações na adoção dos princípios?
  • 4) Temos os melhores profissionais para cada área?
  • 5) O quanto a organização está comprometida com a implementação do modelo?
  • 6) A organização está preparada para implantar melhorias?
  • 7) Quanto de tempo e dinheiro vamos investir nessa estrutura?
  • 8) Até onde vamos nos aprofundar?
  • 9) Até que ponto vamos com isso?
  • 10) Como vamos motivar todos até o fim?

Agora que você já conhece os detalhes sobre os principais pilares do WCM, é importante saber que essa metodologia exige que todas as decisões sejam tomadas com base nos objetivos centrais da empresa. E se o seu for reduzir custos, então continue seus estudos agora conhecendo mais 5 dicas para colocar isso em prática de forma eficiente!

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Rafael Zambelli

Diretor Executivo e Cofundador da Checklist Fácil, Rafael é graduado em Administração pela UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul - e Mestre em Gestão da Informação pela PUC-RS. Antes de empreender, também atuou em empresas como Dell e Vonpar

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