O agronegócio é uma parte fundamental da economia do Brasil, destacando-se como um dos principais setores de produção e exportação.
Com os investimentos recebidos e o crescimento do setor ao longo das décadas, todas as frentes do agronegócio desempenham um papel crucial não apenas na economia, mas também no desenvolvimento social brasileiro.
Todo esse contexto traz muitas oportunidades. Porém, para aproveitá-las, é preciso conhecer as principais tendências do agronegócio e desafios do setor. Acompanhe a leitura e fique por dentro do cenário do agronegócio brasileiro!
Qual a diferença entre agropecuária e agronegócio?
Antes de começar, é preciso entender que agropecuária e agronegócio não são sinônimos.
A agropecuária une os termos “agricultura” e “pecuária”, e se refere especificamente ao cultivo agrícola e à criação de animais para consumo.
Já o agronegócio abrange toda a cadeia produtiva do setor agro, incluindo a produção da matéria-prima, a indústria e a comercialização. Então, naturalmente, a agropecuária está dentro do agronegócio, sendo parte fundamental dele.
Podemos dividir o agronegócio em três setores:
- Primário: produção rural
- Secundário: agroindústrias e fabricantes de insumos
- Terciário: distribuição e venda dos produtos agropecuários
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Cenário do agronegócio no Brasil em números
Os números mostram que o setor teve um crescimento enorme ao longo dos anos no país. Em 1970, por exemplo, a participação do agro no PIB brasileiro era de 7,5%. Já em 2022, foi de 24,8%.
De acordo com o IBGE, em 2023, a agropecuária apresentou crescimento de 21,6% no primeiro semestre, graças ao clima favorável nesse período na maioria das regiões de produção. Para o fechamento do ano, segundo o Ipea, o PIB do agronegócio deve ter um crescimento de 13,2%.
Em 2022, o Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) fechou em R$ 1,189 trilhão, sendo o segundo maior desde que o indicador começou a ser contabilizado, em 1988. O faturamento das lavouras foi de R$ 814,77 bilhões, enquanto o da pecuária foi de R$ 374,27 bilhões. Os produtos que mais se destacaram neste mesmo ano foram o algodão, café, milho, trigo e leite, atingindo os maiores valores do VBP.
Não podemos esquecer que o meio industrial também faz parte dessa cadeia produtiva. Segundo a ABIA, 58% de tudo que é produzido no campo é processado pela indústria, contribuindo para que a indústria de alimentos e bebidas seja a maior do Brasil.
Exportação agropecuária: principais produtos
O setor também coloca o Brasil como protagonista em todo o mundo: o país é um grande exportador de produtos importantes, como soja, milho e carnes, negociando especialmente com a China, União Europeia e Estados Unidos. Nos 9 primeiros meses de 2023, as vendas externas bateram o recorde histórico de US$ 126,22 bilhões, representando um crescimento de 3,6% em relação ao mesmo período em 2022.
Para 2024, em relação aos principais produtos exportados, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) indica que teremos uma produção recorde de carne, prevendo um crescimento de 2,7% em relação a 2023.
A expectativa é de recorde de produção também para a soja, graças à maior rentabilidade do cultivo e a perspectiva de melhora climática na região Sul. Para o milho, arroz, feijão e algodão, a estimativa é que o volume se mantenha estável se comparado a 2023, produzindo 319,5 milhões de toneladas.
Tudo isso traz impactos muito positivos para o país, contribuindo não apenas com a economia, mas também com o desenvolvimento social em diversas regiões através da geração de empregos e investimentos em infraestrutura e tecnologia.
Legislações e políticas governamentais do setor agro
Os dados mostrados anteriormente mostram a importância do agro no Brasil. E um setor tão significativo precisa de regulamentações específicas, não é mesmo?
Conheça abaixo algumas das legislações e políticas governamentais voltadas à agricultura e todo o agronegócio de forma geral.
Código Florestal (Lei nº 12.651/2012)
A Lei de Proteção da Vegetação Nativa, conhecida com Código Florestal, estabelece normas gerais sobre a proteção da vegetação, as áreas de preservação permanente (APP) e as reservas legais (espaços de uma propriedade rural, cobertos de vegetação nativa, que devem ser mantidos sem práticas agrícolas de alto impacto).
Essa lei passou por alterações significativas em 2012, buscando conciliar a produção agrícola com a preservação ambiental.
Programa de Regularização Ambiental (PRA)
Vinculado diretamente ao Código Florestal, o PRA estabelece os procedimentos para a regularização ambiental de propriedades rurais, visando adequar as áreas de reserva legal e de preservação permanente.
Política Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (PNATER)
Instituída em 2010 através da Lei 12.188, essa política regula a oferta de assistência técnica e extensão rural aos produtores. Seu objetivo é aumentar a eficiência das atividades agropecuárias promovendo o desenvolvimento rural sustentável, expandindo o desenvolvimento do meio rural brasileiro.
Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf)
Instituído pela Resolução nº 2.191/1995, o Pronaf oferece linhas de crédito especiais para agricultores familiares, estimulando o desenvolvimento sustentável no meio rural através do apoio financeiro. Voltado totalmente ao pequeno produtor rural, ele possui alguns subprogramas, como o Pronaf Mais Alimentos, Agroindústria, Agroecologia e Bioeconomia.
Política Nacional de Estímulo ao Empreendedorismo do Jovem do Campo
A Lei 14.666/23, instituída em setembro de 2023, busca estimular o empreendedorismo rural entre jovens de 15 a 29 anos através de quatro eixos de ação: educação, capacitação técnica, acesso ao crédito e difusão de tecnologias no meio rural. O eixo do crédito é estimulado através do Pronaf Jovem, criado a partir desta Lei.
Plano Safra
Criado em 2003, o Plano Safra é o programa responsável por fornecer os recursos necessários para o impulsionamento da produção agrícola. O Governo lança um novo Plano anualmente, trazendo medidas e diretrizes que incluem investimentos em infraestrutura, crédito rural e apoio à comercialização. O Pronaf, por exemplo, é regido pelo Plano Safra da Agricultura Familiar.
Política de Garantia de Preços Mínimos
A Política de Garantia de Preços Mínimos para os Produtos da Sociobiodiversidade (PGPM-Bio) estabelece preços mínimos para produtos agrícolas, garantindo aos produtores um nível de renda adequado. Isso é particularmente importante para culturas como milho, trigo, arroz e feijão, por exemplo. Ela não caracteriza uma imposição de preço ao mercado, mas sim garantir uma rentabilidade mínima da produção.
Lei de Biossegurança (Lei nº 11.105/2005)
Criada em 1995 e substituída por uma nova lei em 2005, a Lei da Biossegurança regula as atividades que envolvem organismos geneticamente modificados (OGMs), incluindo plantas transgênicas utilizadas na agricultura.
Plano Agricultura de Baixo Carbono (ABC)
Essa política pública incentiva práticas agrícolas sustentáveis, promovendo a redução das emissões de gases de efeito estufa e a adoção de tecnologias mais limpas. Com ela, existe o Programa ABC, que é a linha de crédito destinada ao financiamento de tecnologias e sistemas para a aplicação de uma produção sustentável.
Principais desafios do agronegócio
Um setor tão complexo como o agro naturalmente lida com desafios tão grandes quanto ele. Resumimos abaixo algumas das principais situações adversas enfrentadas, confira:
Logística e transporte
Em um país de dimensões continentais como o Brasil, logística e transporte é um desafio constante. Com longas distâncias a se percorrer, passando por diferentes temperaturas, é preciso escolher um meio de transporte que seja seguro (vale conferir as diretrizes da NR 31 sobre essa e outras questões de segurança no trabalho rural), ofereça o armazenamento correto do produto, e ainda seja financeiramente viável.
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Sustentabilidade e preservação do ambiente
Como você viu no tópico sobre políticas governamentais, a preservação do meio ambiente anda lado a lado com o agronegócio atualmente. Práticas como economia de água, redução de desperdício de alimentos, do uso de agroquímicos e do desmatamento devem fazer parte do dia a dia da produção. Mas encontrar o equilíbrio entre sustentabilidade e rentabilidade nem sempre é fácil, exigindo diversas adequações e investimentos.
Mudanças climáticas
A agropecuária é totalmente vulnerável às mudanças do clima, afetando diretamente a produção. A variação brusca e inesperada de temperatura, assim como eventos extremos, impacta todo o planejamento da safra e dificulta que providências sejam tomadas na velocidade ideal. Vale ressaltar que esse desafio se intensifica em um país tão grande quanto o Brasil, que possui diferentes realidades climáticas de acordo com a região.
Adoção de tecnologia
A tecnologia é um grande pilar do agronegócio. Entretanto, especialmente no setor primário, que abrange a produção rural, implementar soluções mais robustas ainda é considerado um desafio. A falta de mão de obra especializada e a dificuldade de acesso à internet em algumas regiões também impactam diretamente neste ponto.
Tendências do agronegócio para 2024
O agronegócio se reinventa constantemente, e para manter-se competitivo, é muito importante acompanhar as tendências do agronegócio e inovações desse mercado. Para 2024, as principais tendências do agronegócio giram em torno de dois grandes pilares: tecnologia e sustentabilidade.
Internet das Coisas
A Internet das Coisas (IoT) diz respeito à conexão de dispositivos físicos, equipamentos e sistemas, trazendo maior eficiência para diversos setor. No agronegócio, ela pode ser aplicada no monitoramento de culturas e rebanhos, na gestão de ativos e inventário, na automatização de maquinário, e na melhoria da segurança da propriedade, por exemplo.
O Checklist Fácil, por exemplo, possui integração com a tecnologia dos sensores inteligentes que coletam e transmitem informações do ambiente e de equipamentos por meio de IoT. Sensores de umidade e temperatura, por exemplo, podem ajudar a monitorar as condições de plantios em grandes lavouras ou em ambientes de criação de animais.
Nossa solução faz a leitura automática dessas medições e permite a configuração de gatilhos de acordo com os padrões esperados: se algo não estiver em conformidade, o sistema envia notificações para os responsáveis, além de possibilitar a criação de um plano de ação automaticamente para solicitar a correção necessária.
Sensoriamento remoto
O sensoriamento remoto é uma tendência muito forte para 2024 na agricultura. Através de sensores conectados em plataformas remotas (como satélites, drones ou sensores terrestres), é possível coletar dados sobre as condições das plantações e do solo. Isso contribui para diversas atividades, como o monitoramento de doenças e pragas, implementação do zoneamento agrícola de precisão, e acompanhamento em tempo real da cultura.
ESG
ESG significa environmental, social and governance. Em português, são as práticas ambientais, sociais e de governança adotadas por uma empresa ou setor de forma geral. Investidores e consumidores estão atentos às práticas sustentáveis, éticas e transparentes das organizações.
Por isso, é preciso adotar medidas que ajudem, por exemplo, a reduzir a pegada de carbono, promover a equidade social e garantir as melhores condições de trabalho, além de adotar políticas transparentes em toda a cadeia de suprimentos.
LEIA MAIS | Como diminuir os impactos ambientais da agricultura?
Agricultura regenerativa
A agricultura regenerativa tem foco em práticas agrícolas que revitalizam e regeneram ecossistemas e solos, como rotação de culturas, cultivo mínimo e plantio direto. Tudo isso busca melhorar a saúde do solo, aumentar a biodiversidade e reduzir a dependência de insumos químicos. Além de promover a sustentabilidade e cuidado com o ambiente, a agricultura regenerativa também pode ajudar a tornar o solo mais fértil e resistente.
Bioenergia
A bioenergia é a energia proveniente de biocombustíveis. Algumas das principais fontes são:
- Biomassa: derivada de materiais e resíduos orgânicos vegetais ou animais;
- Biocombustível líquido: os principais são o etanol, derivado da cana-de-açúcar e milho, e biodiesel, obtido de óleos vegetais;
- Biogás: produzido a partir da combustão direta, gaseificação ou reprodução de matéria orgânica, como esterco animal.
Essa é uma prática muito mais sustentável, contribuindo para que a agricultura se torne menos dependente de combustíveis fósseis.
Automação e o uso de sistemas no setor agro
O uso de sistemas na automação de processos dentro do agronegócio representa uma revolução significativa na forma como diversas atividades são realizadas. Essas tecnologias têm impactos positivos diretos no aumento da eficiência, redução de custos, melhora na precisão de análises e na adoção de práticas mais sustentáveis.
Segundo uma pesquisa da PwC, 90% das empresas do setor agro pretendem investir em automação de processos e sistemas no próximo ano, e 80% deve investir em implantação de tecnologia (nuvem, IA e outras tecnologias). Isso mostra que o movimento de trazer a inovação digital para o segmento é uma tendência em curso ganhando cada vez mais força, e quem quer ser competitivo neste meio não pode ficar para trás.
Além disso, 88% das empresas agro já criaram ou pretendem criar ações para reduzir custos operacionais em 2024. Isso só é possível tornando a operação mais rentável e eficiente, e a tecnologia pode ser protagonista nesse aspecto. Um tipo de sistema que pode ajudar nessa redução são os checklists digitais, como o Checklist Fácil.
Com ele, é possível ter um controle completo de todas as áreas da produção, acompanhar processos de qualidade, criar planos de ação para não conformidades, realizar auditorias, controle de manutenção de máquinas e muito mais.
O software é líder de mercado na América Latina, atendendo totalmente as demandas do segmento agro. Ficou interessado em saber mais? Solicite aqui uma demonstração gratuita e descubra como o Checklist Fácil pode tornar seu agronegócio muito mais rentável e produtivo.