A produção industrial causa diversos danos ambientais, trazendo poluição ao ar e solo e emissão de gases de efeito estufa, por exemplo. Para mitigar esses impactos, é importante buscar o equilíbrio entre a indústria e a conservação. Práticas sustentáveis e uma agenda ESG (Environmental, Social and Governance, ou Ambiental, Social e Governança) são as principais alternativas.
_______________________________________________
As indústrias utilizam variadas técnicas e atividades que podem ser nocivas ao planeta. Desse modo, os impactos da indústria no meio ambiente incluem contaminações, interferindo na qualidade e viabilidade do ar, da água e da biodiversidade de todos os ambientes naturais.
Ao mesmo tempo, a atividade industrial é expressiva para a economia. De acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), o setor representa mais de 20% do PIB, empregando mais de 9,5 milhões de pessoas no Brasil.
O caminho, portanto, é equilibrar a equação entre indústria e natureza. Nesse sentido, veremos neste artigo quais são os principais impactos da indústria no meio ambiente e a relação deste cenário com o desenvolvimento sustentável.
Quais são os principais impactos da indústria no meio ambiente?
Apesar da importância da indústria de bens de consumo e de transformação na vida moderna, a indústria, de forma geral, é responsável por causar danos ambientais como:
- Contaminação da água;
- Devastação de florestas;
- Poluição do ar;
- Aquecimento global;
- Alteração da fauna e flora;
- Desequilíbrio da cadeia alimentar.
No vídeo a seguir, gravado em parceria com a Rever Consulting, a head de ESG, Carolina Hasegawa, exemplifica alguns dos impactos ao meio ambiente causados pela indústria, além de algumas alternativas para combatê-los:
Em resumo, a contaminação industrial é gerada por materiais biológicos, gases e líquidos, com potencial de contaminar rios, mares, lagos, ar e solo. Por esse motivo, a atividade fabril contribui diretamente para consequências drásticas. Entre elas, estão a derrubada de florestas e a extinção de diversas espécies de animais e plantas.
Acompanhe abaixo mais detalhes sobre cada um dos impactos ambientais da indústria que acabamos de listar.
Contaminação da água
As grandes fábricas são as maiores causadoras de poluição nos nossos corpos hídricos, já que elas despejam resíduos tóxicos em rios. Isso prejudica o ecossistema diretamente e torna a água imprópria para consumirmos.
Assim como o desequilíbrio ambiental evidente, essa prática também causa sérios danos à saúde da população que vive próxima a locais contaminados. Por isso, este é um dos impactos da indústria no meio ambiente que mais pode afetar a vida no planeta — mesmo porque a água já é um recurso inacessível a grande parte da população.
Conforme dados da Organização das Nações Unidas (ONU), o número de pessoas sofrendo por escassez de água no mundo pode chegar a 2,4 bilhões até 2050. É claro que as fábricas não são as únicas responsáveis por esse fato. Porém, o setor tem muito a fazer para ajudar a amenizar a situação (como veremos mais à frente!).
Devastação de florestas
A indústria utiliza matérias-primas como celulose, óleo de palma, soja e papel, o que exige grandes áreas de cultivo para atender às quantidades necessárias para a cadeia de suprimentos. Sendo assim, a disponibilidade desses territórios muitas vezes depende da derrubada de florestas nativas.
Igualmente, o crescimento urbano, ligado aos impactos da industrialização, está relacionado à devastação de florestas em todo o mundo, gerando desequilíbrio no meio ambiente.
Consequentemente, muitos animais e plantas ficaram extintos ao longo dos anos com a redução da mata nativa. Ainda existem espécies ameaçadas, sujeitas a desaparecerem do planeta em um futuro próximo.
Poluição do ar
A poluição do ar também é uma pauta constante no embate entre a indústria e o meio ambiente, uma vez que todos os dias são lançadas toneladas de gases tóxicos, como o óxido de enxofre, óxido de nitrogênio e o monóxido de carbono na atmosfera.
Esses gases pioram a qualidade do ar que respiramos, e também são responsáveis por inúmeras doenças respiratórias, como a bronquite e a asma. Para se ter uma ideia, a Organização Mundial da Saúde (OMS) afirma que 99% da população mundial respira ar com níveis insalubres de partículas finas e dióxido de nitrogênio.
Como resultado do uso de combustíveis fósseis, a presença desses poluentes é um dos maiores causadores dos impactos da indústria no meio ambiente. Logo, para reverter o quadro, a OMS propôs metas de redução de poluentes monitoradas via banco de dados da qualidade do ar.
Aquecimento global
As indústrias contribuem com o efeito estufa artificial — fruto da atividade humana —, que tem um impacto direto no aquecimento da temperatura global. A principal causa desse problema é o lançamento de gases tóxicos na atmosfera com a utilização de petróleo, gás e carvão.
Similarmente, a destruição das florestas tropicais influencia esse quadro negativo, e todas essas transformações ocasionam um calor cada vez mais intenso, chuvas ácidas e mudanças climáticas.
Os relatórios do IPCC (sigla em inglês para Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas) divulgam números sobre o assunto em média a cada sete anos. Segundo os estudos, os setores de indústria, transporte, energia e construção respondem por 79% das emissões de gases de efeito estufa (GEE) no mundo.
Alteração da fauna e flora
A poluição causada pela produção industrial também gera prejuízos para animais e vegetações nativas. Essa consequência se torna ainda mais drástica em casos de acidentes industriais, que podem ser causados por falta de manutenção em máquinas ou por imprevistos.
Entre os exemplos inesperados de impactos da indústria no meio ambiente que entraram para a história, podemos citar:
- Vazamento de Dioxina (substância altamente cancerígena e que também causa diabetes) em Seveso, na Itália, em 1976;
- Acidente nuclear na Usina V. I. Lenin, em Chernobyl (na época, pertencente à União Soviética e hoje território da Ucrânia), em 1986;
- O acidente conhecido como “O Desastre de Bophal”, na Índia, em 1984, liberando mais de 25 toneladas de gás isocianato de metila de uma fábrica de pesticidas e causando a morte de mais de 500 mil pessoas;
- Rompimento da barragem do Fundão em Mariana, em Minas Gerais, no Brasil, em 2015, considerada uma das maiores tragédias ambientais brasileiras com o despejo de 62 milhões de m³ de lama em rios, solo e mar, destruindo a fauna e flora locais;
- Tragédia de Brumadinho, em Minas Gerais, no Brasil, em 2019, com o rompimento de uma barragem devido ao acúmulo dos rejeitos de uma mina de ferro, levando 270 pessoas à morte.
Dependendo do nível de toxicidade e da quantidade de rejeitos, o derramamento não só causa a morte de diversas espécies como também provoca mutações e anomalias em gerações futuras. Por isso, além das irreparáveis perdas no momento desses acidentes, é comum a repercussão deles durante muitos anos.
Desequilíbrio da cadeia alimentar
Qualquer interferência na cadeia alimentar funciona como uma linha de dominó: se uma peça é derrubada, toda a sequência vai abaixo. Por essa razão, é grande a chance de que ameaças a uma espécie animal ou vegetal interfira em outras funções de um ecossistema, como a falta de alimentos.
No caso dos animais, esse fator força a migração para outras regiões e provoca o desequilíbrio. A grande migração de pássaros, por exemplo, gera o aumento da quantidade de insetos, o que, por sua vez, traz a elevação de epidemias, visto que muitos desses insetos são transmissores de doenças.
Assim, cada região em que as indústrias atuam sem considerarem ações de sustentabilidade sofre o risco iminente de um desbalanço na cadeia alimentar e efeitos ambientais negativos. Todos esses impactos da indústria no meio ambiente afetam o equilíbrio mundial de médio a longo prazo.
Qual é a relação entre as indústrias e o meio ambiente?
A indústria é um setor essencial para a evolução da sociedade. Por meio dela, é possível criar inúmeros bens e serviços de consumo essenciais, além de promover diversos empregos ao redor do mundo. Porém, os reflexos negativos são expressivos.
Inicialmente, por volta de 1760, a indústria pareceu ser apenas uma solução para baratear produtos com a produção em massa das máquinas em lugar de trabalhos manuais. No entanto, essa lógica acabou ocasionando uma série de desdobramentos não planejados (dentre eles, os impactos industriais prejudiciais ao meio ambiente).
Os primeiros reflexos da Revolução Industrial no meio ambiente foram entre o homem e a natureza. O progresso ofertado pelas máquinas fez com que, cada vez mais, o conceito de aceleração fosse valorizado em conjunto com a capacidade humana de se sobrepor à natureza.
Essa também foi a origem das raízes do consumismo, que é um dos principais obstáculos para a preservação do planeta. Afinal, quanto mais compramos, mais geramos demanda para a indústria de bens de consumo.
Porém, nos últimos 30 anos, várias conferências entre países industrializados foram organizadas. Os encontros tentaram encontrar soluções mais adequadas para um desenvolvimento industrial sustentável, através da exploração de recursos naturais de forma controlada e planejada.
De qualquer modo, mesmo com avanços (como regulações e leis que limitam a emissão de poluentes por parte das indústrias), é um grande desafio manter o equilíbrio entre a produção e a conservação ambiental em uma sociedade altamente consumista e praticamente dependente de processos industriais.
Contudo, para podermos realmente abrir a discussão sobre empresas sustentáveis, precisamos entender de que forma as indústrias agem no planeta e quais são as consequências disso.
Quais são os segmentos industriais que mais impactam o meio ambiente?
Em primeiro lugar, entre os causadores mais representativos de impactos da indústria no meio ambiente estão os segmentos têxtil, petrolífero e químico. O Índice de Transparência da Moda, divulgado pela ONG Internacional Global Fashion, revelou que:
- Mais de 90 milhões de toneladas de resíduos têxteis foram descartados no mundo pela indústria da moda;
- Somente 29% das grandes marcas publicam uma meta de descarbonização das suas operações;
- Apenas 11% das marcas expõem os resultados dos testes de efluentes de seus fornecedores.
Por outro lado, no caso da indústria de petróleo, o processo de produção envolve emissões pesadas de gases de efeito estufa e o risco iminente de vazamentos. Em 2019, o Brasil registrou o segundo maior derramamento de óleo da história da América Latina, quando mais de 5 mil toneladas da substância vazaram de um navio petroleiro no litoral do Nordeste.
Ademais, os fabricantes de produtos químicos — como plásticos, fertilizantes, produtos de limpeza e higiene —, assim como os petrolíferos, emitem muitos gases poluentes e originam efluentes tóxicos em suas produções.
Há ainda outros tipos de indústria com grande potencial de causar impactos ambientais significativos, como energia, mineração, agropecuária, construção civil e transporte.
Qual é o cenário atual da indústria no Brasil?
O Perfil da Indústria Brasileira, da CNI, indica que o País possui quase 30% das indústrias concentradas no estado de São Paulo. Em seguida, o estado do Rio de Janeiro reúne 10,6% das unidades, e o de Minas Gerais 11,2%. No ranking mundial, o Brasil ocupa a 13ª colocação dos países com as maiores indústrias do mundo.
Na tabela abaixo, você pode conferir um balanço sobre a participação da indústria em índices fundamentais para a economia brasileira:
Como as indústrias podem praticar o desenvolvimento sustentável?
Visto que a relação entre a atividade industrial e o meio ambiente precisa ser equilibrada, é necessário que as empresas coloquem em prática ações para causar impactos ambientais positivos na gestão industrial, como:
- Reciclagem e reuso de produtos;
- Inovação para o desenvolvimento de produtos e serviços sustentáveis;
- Investimento em fontes renováveis de energia;
- Compensação ou redução das emissões de gases de efeito estufa;
- Colaboração para uma cadeia de valor sustentável;
- Diminuição dos efeitos negativos na biodiversidade.
LEIA MAIS | Acesse mais de 50 conteúdos gratuitos sobre Gestão Industrial
Em resumo, estas são algumas das frentes de atuação que fazem parte de uma agenda ESG (sigla em inglês para Environmental, Social and Governance, ou Ambiental, Social e Governança, em português). É a maneira mais completa de transformar a gestão de empresas com foco em melhorias para o meio ambiente e comunidades como um todo.
Afinal, o desenvolvimento sustentável é caracterizado pela busca de meios para suprir as necessidades da sociedade atual sem comprometer as gerações futuras. Tratam-se de atitudes pontuais para garantir a produção fabril sem prejuízos para a natureza.
Todavia, para isso acontecer, é necessário harmonizar as atividades econômicas, produtivas e sociais. Faz parte dessa perspectiva reduzir e trabalhar os impactos da indústria no meio ambiente poluindo menos, sem eliminar resíduos no meio ambiente.
Esse tipo de movimento é conhecido por diversos nomes, como Indústria Sustentável, Indústria Verde ou ainda Ecologia Industrial, e você vai conferir a seguir como colocá-lo em prática.
BAIXE GRÁTIS | Kit Estratégico para implementar estratégias de ESG
Como começar a minimizar os impactos ambientais de uma indústria?
O primeiro passo para diminuir interferências negativas do setor fabril no meio ambiente é analisar as rotinas de produção para identificar gargalos e oportunidades de melhoria. Por exemplo: você pode elaborar um questionário sobre os processos, a fim de descobrir se há ações voltadas a casos como corrigir desperdícios ou otimizar recursos.
Para facilitar essa missão, uma boa opção é contar com modelos prontos de checklists. Você pode aplicar o Modelo de Checklist para Práticas de ESG para analisar a indústria (ou qualquer outro tipo de negócio) de maneira holística e verificar diversos aspectos ligados à sustentabilidade do negócio:
Sendo assim, é possível também contratar sistemas adeptos à gestão industrial, como é o caso do Checklist Fácil. O sistema é capaz de analisar impactos da atividade industrial e propor soluções eficazes para, se não eliminar, pelo menos reduzir o problema.
Com ele, você cria listas de verificação para gerenciar melhor os seus processos e evitar falhas e incidentes que causam danos à natureza. Ou seja, a partir do monitoramento de atividades e a padronização de processos, é possível avaliar pontos de melhoria e aplicar planos de ação para atingir melhores resultados.
Como o Checklist Fácil reduz os impactos industriais ao meio ambiente?
A digitalização e automatização de processos por meio de uma solução como o Checklist Fácil proporcionam uma série de benefícios e, entre eles, a diminuição das desvantagens que uma indústria pode causar à natureza. A otimização de tempo, processos e recursos é o principal motivo para isso, conforme você poderá compreender em mais detalhes nos tópicos a seguir:
Redução do uso de folhas de papel
Documentar operações é uma prática que exige organização e histórico de registros, o que muitas vezes depende de milhares de impressões em papel, arquivos físicos e práticas manuais de checagens nas rotinas da empresa. Para reverter isso, o Checklist Fácil viabiliza a gestão completa de processos e atividades com mais de 150 funcionalidades disponíveis.
O sistema proporciona agilidade e praticidade às operações, que imediatamente atingem níveis expressivos de economia de recursos. Segundo um levantamento da Go Capital Partners sobre a solução, é possível diminuir, em média, o uso de 80 mil folhas por ano. Isso é comprovado na prática por clientes do segmento industrial:
- A fabricante de óleo e gás Ocyan, por exemplo, eliminou 200 kg de resíduos a bordo de navios;
- A Schulz, maior fabricante de compressores de ar na América Latina, reduziu em 90% as impressões em papel;
- A Milplan Engenharia economizou R$ 26 mil ao abandonar as inspeções em folhas impressas e criou um indicador de ESG, constatando que a empresa deixou de emitir mais de 276 kg de carbono com o uso do sistema.
Mais transparência e governança
Contar com tecnologia é a maneira ideal de erradicar falhas operacionais, erros de preenchimento durante as inspeções e falta de credibilidade na gestão de dados. Consequentemente, o Checklist Fácil também apoia as empresas no pilar de transparência e governança, evidenciando oportunidades de melhorias para diminuir os impactos ambientais.
O acesso a dados confiáveis, em tempo real, permite o monitoramento de diferentes departamentos industriais, como produção, manutenção, logística, qualidade e meio ambiente, conforme exemplo do vídeo abaixo na operação da Schulz Compressores:
Relatórios de ESG
Os recursos do software para a realização de registros cumprem os requisitos para que as empresas possam estabelecer controles consistentes nas medições das operações. A Elastri Engenharia, além de ter alcançado resultados de referência digitalizando processos de Saúde e Segurança do Trabalho, passou a utilizar a ferramenta para o acompanhamento das emissões de carbono nas obras.
Quer saber como a sua empresa pode contribuir com o futuro do planeta com o nosso software? Então, conheça o Checklist Fácil para descobrir como otimizar a sua gestão e analisar as atividades da sua empresa!
Principais dúvidas sobre impactos da indústria ao meio ambiente
Acompanhe na sequência algumas perguntas e respostas frequentes sobre o tema.
Quais os impactos negativos e positivos do processo industrial?
A indústria causa impactos positivos como acesso a bens e serviços, inovações tecnológicas e desenvolvimento econômico. Em contrapartida, também impacta negativamente com a degradação ambiental, poluição do ar, da água e do solo, além de contribuir com a escassez de recursos naturais e emissão de gases de efeito estufa.
Quais são os tipos de poluição industrial que impactam o meio ambiente?
Entre os principais tipos de poluição industrial, estão a do ar (causadas pela emissão de gases e partículas poluentes), da água (com resíduos tóxicos despejados em rios e oceanos), do solo (pelo acúmulo de descartes inadequados de materiais), e sonora (com ruídos industriais acima do tolerável).
Quais são as indústrias que mais poluem o meio ambiente?
As indústrias mais poluentes são as de energia, manufatura, têxtil, transporte e agroindústria, que operam com alto potencial de degradação quando não implementam políticas eficientes de gestão de resíduos e otimização do uso de recursos.