O termo ESG (do inglês “Environmental, Social and Governance”) é um padrão usado para avaliar a sustentabilidade de um negócio de acordo com práticas ambientais, sociais e de governança.
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O conceito de ESG é cada vez mais presente no meio corporativo, principalmente por ser valorizada por investidores e consumidores. Afinal, organizações que contribuem para o futuro do planeta e da humanidade tendem a crescer e a se destacar no mercado.
Então, se você quer saber o que é ESG, para que serve e por que é indispensável acompanhar essa tendência, leia este conteúdo até o fim para descobrir tudo e mais um pouco sobre o assunto!
O que é ESG?
A sigla ESG agrupa as palavras em inglês “Environmental”, “Social” e “Governance” — que podemos traduzir como “Ambiental”, “Social” e “Governança”. O conceito reúne parâmetros para incentivar negócios a reduzir impactos ambientais e colocar em prática ações voltadas à sociedade e à gestão transparente.
Podemos dizer, então, que entre os objetivos ESG estão construir um mundo mais justo e promover o consumo consciente a partir de boas práticas aplicadas aos negócios. Como efeito disso, as organizações que apostam nessas diretrizes têm grandes chances de estarem à frente no mercado.
A pesquisa Lookin Ahead: ESG 2030, da KPMG, sobre previsões para os próximos 30 anos, por exemplo, indica que:
- 57% dos consumidores buscam informações e preferem adquirir produtos de marcas comprometidas com o modelo ESG;
- 65% das decisões sobre investimentos internacionais em fusões e aquisições de negócios consideram a estratégia ESG um fator-chave.
Mesmo que esteja em evidência, este não é um assunto novo. Agora que você já sabe o significado de ESG, vale entender como começou esse movimento por um mercado mais ligado a causas sociais, ambientais e éticas.
Como e quando surgiu o ESG?
O termo ESG foi oficializado em 2004 com a publicação do relatório Who Cares Wins (em português, “Ganha quem se importa”). O material, elaborado por 20 instituições financeiras de nove países, foi liderado pelo Banco Mundial em parceria com o Pacto Global da Organização das Nações Unidas (ONU).
Apesar disso, valorizar iniciativas sociais, ambientais e de uma boa gestão é uma ideia antiga. Um exemplo famoso foi o boicote generalizado às organizações que apoiavam o regime do apertheid (segregação racial), na África do Sul, em 1959.
A partir de então, começaram a surgir iniciativas importantes, como o Índice Dow Jones de Sustentabilidade – o primeiro índice global de empresas que adotam essas práticas – e os Princípios para o Investimento Responsável, criados pela ONU.
O ano de 2004 representou um marco depois que o então secretário-geral da ONU, Kofi Annan, provocou grandes instituições financeiras para incluir valores de ESG na gestão de ativos em todo o mundo.Depois disso, o conceito ganhou força em outros setores da economia ao longo dos anos.
Em 2019, a carta do grupo empresarial Business Roundtable, formado por líderes de grandes companhias norte-americanas, declarou um posicionamento contrário a negócios que se dedicam apenas a dar retorno a seus acionistas.
A partir da edição de 2020 do Fórum Econômico Mundial, em Davos, o grupo de líderes globais propôs um guia de métricas comuns a todas as empresas para criação de valores sustentáveis e mensuração da performance ESG de qualquer organização.
Quais são os critérios do ESG?
Os critérios ESG são todos os fatores adotados por investidores na hora de avaliar a relação de uma empresa com a sociedade, o meio ambiente e a governança corporativa.
Por isso, além de saber o que significa ESG, é importante conhecer mais sobre o que está implícito em cada um dos pilares deste conceito. Veja a seguir!
O que constitui o pilar Ambiental (Environmental)?
O pilar Environmental (Ambiental) se refere às práticas ESG relacionadas à conservação do meio ambiente. Isso significa ter preocupação, por exemplo, em reduzir os impactos da indústria no meio ambiente e das empresas em geral, atentando a questões como:
- Aquecimento global;
- Emissão de gás carbônico (CO2);
- Poluição da água e do ar;
- Desmatamento;
- Biodiversidade;
- Descarte de resíduos;
- Uso de recursos naturais;
- Eficiência energética.
Quais aspectos compõem o pilar Social?
O pilar Social diz respeito à forma como as corporações se relacionam com as pessoas que fazem parte do seu ecossistema. Sendo assim, engloba ações como:
- Respeito aos direitos humanos e às leis trabalhistas;
- Satisfação dos clientes;
- Ações de segurança do trabalho;
- Proteção de dados e privacidade (principalmente adequação à Lei Geral de Proteção de Dados, ou LGPD);
- Diversidade da equipe;
- Contribuição para a comunidade ao redor.
O que faz parte do pilar de Governança (Governance)?
Por fim, temos o pilar Governance (Governança), que inclui em uma política ESG iniciativas pautadas por questões éticas e administrativas. Logo, envolve a adoção de boas práticas para a condução de negócios, como:
- Conselho diversificado e independente;
- Comitê de auditoria;
- Transparência na prestação de contas;
- Combate à corrupção;
- Responsabilidade fiscal;
- Política de transparência de líderes.
Reunindo todos os fatores mencionados acima, podemos dizer que o ESG se tornou uma referência para identificar uma empresa sustentável.
Sendo assim, cada um dos pilares gera diversos indicadores ESG, permitindo o monitoramento do compromisso de uma corporação. Um dos meios de fazer isso é a partir de índices oficiais, e vamos falar um pouco mais sobre eles na sequência!
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Quais são os índices de ESG?
Estes são alguns dos índices globais que uma empresa ESG pode seguir para melhorar o desempenho sob essa perspectiva ou mesmo para atrair investidores:
- Dow Jones ESG Index;
- MSCI ESG Indexes;
- S&P 500 ESG Index;
- Refinitiv ESG Index.
Também existem índices brasileiros focados em ESG, como o Índice de Sustentabilidade Empresarial da Bolsa de Valores (B3) e o Índice de Carbono Eficiente (ICO2).
Todos eles levam em consideração o registro e o acompanhamento de resultados para garantir o cumprimento de uma agenda ESG alinhada ao plano estratégico e operacional do negócio.
Como obter uma certificação ESG?
Existem organizações independentes dedicadas a avaliar negócios e fornecer certificação ESG para empresas. Entre elas, estão a Global Reporting Initiative, o CDP (Carbon Disclosure Program) e a Sustainability Accounting Standards Board.
Algumas certificações ISO também podem apoiar a implementação de frameworks de ESG em uma corporação — ou mesmo favorecer uma certificação ESG —, pois algumas normas estão diretamente relacionadas aos valores desse conceito.
Por exemplo:
- ISO 14001, que auxilia empresas a identificar, controlar e reduzir o impacto ambiental;
- ISO 37000, publicada em 2021 para estabelecer um consenso global sobre governança corporativa;
- ISO 26000, uma norma internacional para difundir a responsabilidade social empresarial.
É comum que gestores contratem profissionais de ESG para consultorias ou que internalizem essa função em suas equipes, a fim de implementar as mudanças necessárias para adequar o negócio a todas as práticas.
LEIA MAIS | Conheça as principais certificações ambientais e como obtê-las
Afinal, para que serve o ESG?
O principal objetivo do ESG é servir de parâmetro para a análise das empresas, tornando justamente como base os fatores ambientais, sociais e de governança que já mencionamos. É uma forma de metrificar a sustentabilidade empresarial.
Com ele, é possível avaliar se a organização adota práticas visando o crescimento responsável. Isto é: se, mesmo em meio à sua busca por lucratividade, contribui para um mundo melhor.
Sendo assim, não é de se surpreender que o termo tenha surgido no mercado financeiro, cujos investidores buscam direcionar seu capital para empresas mais responsáveis e comprometidas com a sociedade e a natureza.
Por este e outros motivos, o ESG é considerado uma referência importante no momento dos investimentos, como você vai ver no tópico seguinte.
Qual a importância do ESG?
Saber o que é ESG nas empresas e como implementá-lo é indispensável porque muitas pessoas estão considerando esses valores na hora de decidir de qual empresa comprar e qual apoiar.
Investidores também têm demonstrado essa preferência. Um estudo da PwC estima que, até 2025, os ativos globais de fundos mútuos condicionados a critérios ESG somarão um total entre 41% e 57%.
Outro ponto que merece ser mencionado é o retorno financeiro. Você sabia que, segundo a pesquisa ESG Radar 2023, da Infosys, 90% dos executivos entrevistados afirmam ter retorno financeiro positivo com ações socioambientais e de governança?
Tudo isso comprova o quanto este é um assunto que merece ser priorizado por gestores, já que, em resumo, o ESG nas empresas é importante para:
- Sobreviver no mercado de atuação;
- Aumentar a confiança do investidor;
- Adquirir novos clientes, bem como fidelizá-los;
- Fortalecer a imagem positiva da empresa;
- Reduzir custos e desperdícios;
- Otimizar a receita e o lucro;
- Assegurar a transparência;
- Ampliar a retenção e satisfação dos colaboradores.
Qual a relação entre compliance e ESG?
Não podemos esquecer, ainda, que as empresas alinhadas aos conceitos de ESG costumam estar de acordo com as leis. Desta forma, sofrem menos risco de se envolver em multas e sanções, que poderiam impactar nos seus lucros.
E mais: elas têm a consciência de estarem fazendo a sua parte pelo meio ambiente e pela sociedade. Isso por si só é gratificante e deveria nortear as organizações, uma vez que ESG e compliance caminham lado a lado.
Por que o ESG pode ser uma vantagem competitiva para sua empresa?
Empresas que aderem aos princípios de ESG são mais estáveis e podem ser mais lucrativas no longo prazo. Especialmente porque os investimentos também estão sendo direcionados a isso.
A sociedade está olhando cada vez mais para as organizações que se preocupam com o meio ambiente e com as pessoas – sejam elas colaboradores ou comunidades em geral. E mais: que realizam uma gestão transparente e responsável em meio a isso tudo.
Esse é um ponto positivo para favorecer a contratação de bons profissionais. Para 52% dos executivos ouvidos pelo estudo Survey findings on ESG disclosure and preparedness, da Deloitte, um dos principais benefícios esperados com a divulgação das iniciativas de ESG das empresas é atrair e reter talentos.
Qual o cenário do ESG no Brasil?
De acordo com o Panorama ESG Brasil 2023, realizado pela AMCHAM, o cenário é positivo e o tema vem ganhando espaço: 47% das organizações já aderiram à agenda e 31% planejam colocá-la em prática.
A consultoria Walk the Talk elaborou um ranking das marcas em ESG de acordo com a percepção de homens e mulheres de todas as regiões do Brasil. A Natura foi a empresa brasileira que adota critérios ESG em posição de destaque, ficando à frente de gigantes do mercado, como Unilever e Coca Cola.
Logo, há uma demanda no mercado por aplicações mais responsáveis. Ou seja: os brasileiros estão se tornando mais conscientes, exigindo a mesma postura das suas marcas preferidas.
Os investidores, por sua vez, estão se engajando e cobrando posicionamento mais concreto em relação a uma série de temas, entre eles:
- Inclusão e diversidade;
- Mudanças climáticas;
- Qualidade de vida dos colaboradores;
- Ética e integridade nas relações.
Mesmo que muitas empresas ainda não estejam no mesmo patamar que as europeias, o cenário não é dos mais desanimadores. Ao contrário! É a oportunidade de você se posicionar antes que os seus concorrentes o façam.
Quais os erros mais comuns que uma empresa pode cometer sobre ESG?
O principal erro é, certamente, dizer que segue os conceitos ESG e não os entregar de fato. Esse comportamento é conhecido como “greenwashing” (ou “lavagem verde”, em português). O nome é usado quando uma estratégia de marketing cria uma imagem socioambiental que, na prática, não existe.
É um posicionamento arriscado do ponto de vista de negócio, uma vez que a empresa deve comprovar que cumpre com os requisitos. Sem falar que, com a internet, é muito fácil descobrir uma mentira, podendo causar danos sérios à marca.
Como colocar o ESG em prática?
Não basta saber mais sobre o tema, fazer cursos de ESG ou entender como medi-lo. É preciso colocar tudo isso em prática! O ideal é analisar com cautela cada um dos pilares e incorporá-los aos poucos na cultura da sua empresa.
Se você não sabe por onde começar, separamos algumas ideias de acordo com todos os valores abordados ao longo deste artigo para dar início à sua estratégia ESG!
Exemplos de práticas ambientais
Invista em algumas mudanças em prol de resultados significativos, como:
- Utilize materiais reciclados no dia a dia;
- Aposte em energias limpas e renováveis, como eólica e solar;
- Separe o seu lixo;
- Faça a destinação correta dos resíduos;
- Aposte na tecnologia para reduzir o uso de papel e demais desperdícios, como no caso da Ocyan, que eliminou 200 kg de resíduos de papel com a gestão digital dos processos;
- Desenvolva embalagens recicláveis para o seus produtos – ou que utilizem menos plástico;
- Promova ações de conscientização no seu time, treinamentos de ESG e considere estender a oportunidade para os moradores próximos à região da empresa;
- Abrace a sustentabilidade, de fato.
Exemplos de práticas sociais
Aposte em ações para aproximar as pessoas e transforme positivamente o clima organizacional. Por exemplo:
- Promova o diálogo aberto entre líderes e colaboradores;
- Realize projetos sociais com a comunidade local;
- Adote a equidade de gênero nos cargos de gerência;
- Faça o pareamento salarial entre homens e mulheres que possuem as mesmas atribuições;
- Ofereça um ambiente mais agradável para que mulheres conciliem carreira e maternidade;
- Priorize a segurança do trabalho, para evitar acidentes e doenças ocupacionais;
- Promova ou patrocine eventos sociais e culturais – como distribuição de livros;
- Respeite os direitos humanos acima de tudo.
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Exemplos de práticas de governança
Não se esqueça de que uma boa gestão deve ser o início de qualquer mudança e, por isso:
- Tenha uma hierarquia definida, com cargos e funções descritos;
- Crie um conselho administrativo diversificado e independente, priorizando membros que não façam parte do quadro de colaboradores da empresa;
- Contrate fornecedores íntegros, éticos e que também tenham valores direcionados ao ESG;
- Adote um regime transparente de auditorias;
- Respeite os acionistas minoritários;
- Aplique uma política anticorrupção;
- Seja transparente em suas ações, tornando públicas as informações mais relevantes.
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O que é preciso para começar a implementar o ESG na empresa?
Se você deseja que o seu negócio permaneça competitivo no mercado, comece a incorporar ações de sustentabilidade. Uma boa opção é criar questionários para realizar auditorias, inspeções e checagens sobre aspectos ambientais, sociais e de governança em todas áreas da empresa.
Neste conteúdo, você viu o quanto as práticas ESG estão ganhando cada vez mais relevância no ambiente empresarial. De fato, o chamado “capitalismo responsável” não é uma tendência passageira e precisa ser levado em consideração.
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