GRO: tudo sobre a nova NR 1 e o Gerenciamento de Riscos Ocupacionais

A NR 1 foi atualizada recentemente e traz as diretrizes para o gerenciamento de riscos ocupacionais nas empresas como parte da implementação do PGR.
Atualizado em: 22 de maio de 2023
Tempo de leitura: 6 minutos

Todas as empresas, independentemente do setor de atuação ou tamanho de negócio, devem se atentar para os riscos ocupacionais do ambiente e sobre as atividades ali exercidas. Afinal, a prevenção de riscos é obrigatória por lei e garante uma operação segura e produtiva. Nesse sentido, o GRO é um importante instrumento. 

Sigla para Gerenciamento de Riscos Ocupacionais, o GRO é estabelecido pela NR 1, Norma Regulamentadora que foi atualizada em janeiro de 2022. Assim, é ela que fornece as disposições gerais sobre esse documento, bem como as medidas de controle que devem ser tomadas.

Você já conhece as mudanças da NR 1 e as etapas do GRO? Continue a leitura e confira tudo o que você precisa saber sobre o tema. 

O que é GRO?

GRO é a sigla para Gerenciamento de Riscos Ocupacionais e trata-se de um conjunto de ações cujo objetivo é a prevenção de riscos no trabalho.

Assim, a empresa que implementa o GRO é capaz de reduzir o número e a frequência de acidentes de trabalho, bem como paralisações, afastamentos e despesas inerentes a esse tipo de situação. 

É por isso que o GRO tem forte impacto sobre Saúde e Segurança do Trabalho. Além da implementação de medidas de prevenção, um de seus principais benefícios é o fortalecimento de uma cultura prevencionista na organização – o que também contribui para a diminuição da severidade na ocorrência de acidentes. 

O que mudou com a nova NR 1?

O GRO consta na nova NR 1, cuja atualização entrou em vigor em janeiro de 2022 e trouxe, além do Gerenciamento de Riscos Ocupacionais, o Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR), ambos obrigatórios para empresas de todo o Brasil.

De acordo com a NR 1, as diretrizes se aplicam a empregadores e empregados urbanos e rurais, além de organizações e órgãos públicos da administração direta e indireta. Também se aplica aos profissionais admitidos em regime CLT pelos Poderes Legislativo, Judiciário e Ministério Público.

Vale ressaltar que o PGR substituiu o PPRA, como veremos adiante. 

Qual a diferença entre PPRA, PGR e GRO?

O GRO é uma etapa do PGR. Ou seja, o GRO está dentro do Programa de Gerenciamento de Riscos. Juntos, esses dois recursos representam uma evolução do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais, o PPRA, que era usado antes da NR 1 ser atualizada.

Desse modo, o PPRA não é mais utilizado, uma vez que o PGR é seu substituto. Nesse sentido, o PGR contempla todas as questões antes determinadas pelo PPRA, e ainda outras. Isso porque o PPRA apenas reconhecia e identificava os riscos ocupacionais. 

O PGR, por outro lado, avalia e classifica todos os riscos de acordo com o nível de dano que podem causar ao trabalhador. 

Assim, o PGR não se limita apenas à avaliação de riscos físicos, químicos e biológicos, como o PPRA já fazia, mas também contempla os riscos ergonômicos e mecânicos.

Além disso, o PPRA apenas identificava, reconhecia e avaliava os riscos no ambiente de trabalho. Com o PGR, deve-se fazer uma classificação deles. 

Essas são apenas as principais mudanças do PPRA para o PGR (que funciona junto com o GRO). Entretanto, há ainda outras diferenças quanto à periodicidade de revisão do documento, integração com as normas ISO, entre outras questões. 

Qual o objetivo do Gerenciamento de Riscos Operacionais?

O principal objetivo do Gerenciamento de Riscos Ocupacionais é identificar, avaliar, classificar, eliminar ou minimizar cada um dos riscos do ambiente de trabalho.

Dessa maneira, garantindo um ambiente seguro e confiável para os trabalhadores, promovendo a qualidade de vida no ambiente empresarial. 

Quais as responsabilidades do GRO?

Como se trata dos riscos ocupacionais, cada setor apresenta particularidades diferentes. Por isso, não há uma diretriz única para todas as empresas. No entanto, o Programa solicita a implementação de normas e processos que atuem na prevenção desses riscos.

Assim, fica a cargo dos controles internos e no compliance se certificar sobre quais são as responsabilidades do GRO da empresa, quais são os processos do GRO neste ambiente em específico, e como mensurar sua aderência à rotina dos colaboradores. 

Como elaborar um GRO?

A implementação do GRO começa com a elaboração de um documento, em que se devem registrar os riscos identificados no ambiente de trabalho. A partir disso é que serão definidas as ações necessárias para eliminação ou mitigação desses riscos. 

Quem deve fazer o GRO?

Não é necessário um profissional responsável legalmente pelo GRO, como era o caso do PPRA. Sua elaboração e implementação é de responsabilidade da empresa e dos trabalhadores como um todo. 

Isso significa que o GRO deve ser estruturado e implementado por um time multidisciplinar, cada um com uma capacidade técnica legal e sua respectiva responsabilidade na identificação de riscos. 

O que deve constar no GRO?

Não há um modelo estabelecido para a elaboração do GRO. Porém, aqui, trazemos algumas informações obrigatórias para te auxiliar no cumprimento dessa atividade:

  • Caracterização dos processos e ambientes de trabalho: descrever como os insumos entram no processo, como são tratados e transformados. 
  • Caracterização das atividades: detalhamento de todas as atividades e operações que compõem as diferentes etapas da operação, como duração, frequência, maquinário utilizado, ferramentas manuais utilizadas, etc. 
  • Descrição de perigos e possíveis acidentes: é preciso encontrar fontes ou circunstâncias desses perigos, bem como os riscos gerados por eles, além de identificar quais trabalhadores estão sujeitos a esses riscos e quais são as medidas de prevenção implementadas. 
  • Dados de análise preliminar e monitoramento de exposição: deve ocorrer sobre os agentes físicos, químicos e biológicos conforme a NR 9, e sobre a avaliação de ergonomia conforme a NR 17
  • Avaliação e classificação de riscos para elaboração de planos de ação: os riscos ocupacionais devem ser classificados e os planos de ação devem ser elaborados de acordo com os insights gerados neste trabalho. 

Quais são as etapas do Gerenciamento de Riscos Operacionais

Para criar o GRO na sua empresa, é importante estar atento a algumas etapas específicas. Elencamos as principais a fim de facilitar essa tarefa, sem que nenhuma etapa seja deixada para trás:

Identificação dos perigos e riscos

Embora pareçam sinônimos, riscos e perigos são conceitos diferentes, sobretudo quando se trata de GRO. Assim, é importante saber a diferença entre eles.

Os riscos são as possíveis causas de acidentes sobre a exposição de um agente, que oferece esse risco. O perigo, por outro lado, é o próprio agente em si. 

Ambos devem ser identificados e constar no seu GRO. Para essa tarefa, vale avaliar as condições de trabalho do ambiente, a percepção dos riscos dos próprios colaboradores, os apontamentos realizados pela CIPA e as análises do time de SST. 

Analisar e avaliar os riscos

Após a identificação, é hora de analisa-los em busca de estratégias para eliminação dos perigos e seus respectivos riscos ocupacionais. 

Controlar os riscos

Após a análise inicial dos perigos e riscos, bem como a avaliação dos agentes, é hora de implementar as medidas de controle necessárias para a redução ou até a eliminação total desses riscos. Assim, vale pensar na implementação de EPCs ou EPIs, por exemplo, além de determinar rotinas de manutenção, realizar inspeções, entre outros processos. 

Monitorar e supervisionar

A gestão de riscos é um trabalho contínuo, ou seja, mesmo depois de implementar as medidas de controle, é preciso acompanhar com frequência se elas ainda são eficientes e os riscos não voltaram a aparecer. 

Ainda, é preciso ficar de olho em nossos perigos que podem surgir, principalmente a longo prazo, em que há degradação natural do ambiente de trabalho, necessidade de substituição de equipamentos antigos por novos, compra de máquinas mais seguras, entre outras medidas. 

Como implementar o GRO na empresa?

Conforme abordamos, a implementação do GRO começa com a elaboração de um documento de natureza analítica. 

A partir dos perigos e riscos identificados nesta etapa é que a empresa estará pronta para definir as ações de eliminação de riscos e controle de medidas de prevenção. 

Quais os benefícios da implementação do GRO nas empresas?

Além de ter processos mais seguros para todos os colaboradores da empresa, o GRO também é uma eficiente ferramenta para redução de custos decorrentes de acidentes, tais como: assistência médica, licenças, afastamentos e até processos trabalhistas.

Ademais, é preciso pensar no valor gerado pelo aumento da produtividade dos profissionais, que ficam menos indispostos e também há menos ausências. Isso também gera maior estabilidade para a operação, o que significa o aumento na qualidade do produto ou serviço oferecido.

Tudo isso aumenta a percepção positiva do mercado sobre a marca, e permite à empresa a antecipação de imprevistos, o que gera mais oportunidades. Uma empresa confiável atrai investimentos, retém talentos e atrai bons profissionais para o trabalho. 

Por que a tecnologia é essencial para cumprir a NR 1?

Como você pode conferir, a implementação do GRO envolve uma série de etapas que devem ser controladas meticulosamente. É por isso que as empresas que desejam simplificar esse processo contam com a automação para gerenciar riscos.

Um bom exemplo é a ferramenta de checklist digital, como a Checklist Fácil, que facilita o controle das etapas de implementação, além da aplicação de checklists durante auditorias e inspeções de segurança

Assim, é possível se certificar, por exemplo, que manutenção de EPCs e controle de EPIs, por exemplo, é feita de modo assertivo – com a possibilidade de incluir mídias, imagens e comentários no próprio sistema, agilizando a comunicação e a tomada de decisões.

Além disso, é possível fazer agendamentos de checklists para não perder nenhuma data de manutenção de máquinas ou outras ferramentas. 

Agende uma demonstração do Checklist Fácil e conheça os benefícios que a tecnologia pode oferecer ao seu Gerenciamento de Riscos Ocupacionais.



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