A indústria de transformação converte matérias-primas em produtos acabados ou semiacabados, podendo ser subdividida em três categorias: indústrias de bens de produção, de capital e de consumo. Alguns exemplos são a indústria automotiva, têxtil, alimentícia e eletrônica.
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A indústria de transformação é aquela responsável por produzir a maioria dos produtos que conhecemos – de alimentos industrializados a medicamentos, de alfinetes a grandes máquinas e equipamentos.
Por abranger toda a fabricação de itens para consumo B2B e B2C, engloba uma série de atividades Logo, quando vai bem ou vai mal, impacta diretamente na economia como um todo.
Entenda agora o seu conceito, quais os segmentos que engloba e o seu importante papel na economia brasileira. E, ainda, conheça os desafios que o setor enfrenta hoje em dia e confira uma dica de ouro para vencê-los.
O que é indústria de transformação?
Indústria de transformação é toda aquela que transforma uma matéria-prima em produto final ou intermediário. Ou seja, é ela que fabrica algo a partir de um insumo, que pode ter sua origem tanto do extrativismo, quanto do agronegócio ou de uma indústria de base.
Segundo a Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE), são 23 os tipos de produtos que podem ser entregues pela indústria da transformação, inclusive, “produtos diversos”, o que abre um imenso leque de alternativas a serem consideradas nesta categorização.
De acordo com essa classificação, o trabalho artesanal também pode ser entendido como parte deste tipo de indústria, já que se entende “transformação” como qualquer modificação física, química ou biológica pela qual um material possa passar.
Assim, desde a transição do aço para um automóvel ou de novelo de lã para um sapatinho de bebê, essas atividades podem ser consideradas parte da indústria de transformação.
Cenário da indústria da transformação no Brasil
Historicamente, o Brasil não é um país muito reconhecido pelo tamanho e força da sua indústria. Um ano marcante, porém, foi 1973, quando o setor mais cresceu, impactando positivamente o PIB nacional.
De lá pra cá, a indústria da transformação segue com altos e baixos, oscilando de acordo com a economia do país e as influências do mercado internacional.
Recentemente, o Brasil perdeu muitas empresas do setor, devido à concorrência com os custos da produção chinesa e da importação, tanto de bens de consumo quanto de insumos para essa indústria.
Com o Coronavírus, houve um novo impacto, e muitas indústrias tiveram que fechar as portas, o que afetou diretamente no número de desempregados.
Em contrapartida, o cenário da Covid-19 impulsionou a indústria farmacêutica e de alimentos, em função das pessoas quererem aumentar a imunidade diante da perspectiva da doença.
A boa notícia é que 2021 parece ser um ano de retomada.
Dados do setor vêm mostrando que as indústrias voltaram a investir na aquisição de novas máquinas e equipamentos, principalmente na importação desses elementos, na expectativa da retomada da economia pós-vacina.
É o que afirma o Instituto Brasileiro de Economia (IBRE), da Fundação Getúlio Vargas (FGV), através dos dados levantados pelo Indicador de Comércio Exterior (Icomex).
Segundo esse indicador, a indústria da transformação teve uma variação positiva de 1,4% em março de 2021, comparado com fevereiro deste ano.
O crescimento é pequeno e lento, mas demonstra uma reação importante para o setor.
Quais são as indústrias de transformação?
A indústria de transformação pode ser subdividida em 3 categorias:
- Indústrias de bens de produção;
- De bens de capital;
- E de bens de consumo.
Entenda quais atividades abrangem cada uma dessas categorias a seguir.
Indústria de bens de produção
São consideradas indústrias de bens de produção, ou indústrias de base, aquelas que transformam elementos provindos da extração mineral em insumos para outras indústrias fabricarem o produto final ou intermediário.
Nesta classificação entram:
- Metalúrgicas;
- Siderúrgicas;
- Petroquímicas.
De forma simplificada, veja o funcionamento das metalúrgicas: elas industrializam o aço, que segue para a indústria de peças, que fornece componentes para a automobilística.
Todas essas são consideradas indústrias de transformação.
Indústria de bens de capital
As indústrias de bens de capital, ou intermediárias, são as que se dedicam a fabricar máquinas, equipamentos, peças, componentes e suprimentos para outras indústrias.
Elas podem ser fornecedoras tanto de indústrias de bens de produção quanto de bens de consumo. E, até mesmo, de outras indústrias de bens de capital – das extrativistas e dos setores primário e terciário.
Afinal, seus produtos estão presentes em toda a produção.
Indústrias de bens de consumo
As indústrias de bens de consumo são as mais visíveis no nosso dia a dia. São elas que entregam a maioria dos produtos que consumimos na nossa rotina.
De automóveis a alimentos, de remédios a brinquedos, de roupas a acessórios para lar. Uma infinidade de produtos pode ser fabricada por elas.
Como exemplos desse tipo de indústria de transformação, estão as empresas que se concentram em fabricar:
- Alimentos e bebidas;
- Têxteis e confecções;
- Produtos do fumo;
- Artefatos de couro e calçados;
- Móveis e produtos de madeira em geral;
- Celulose, papel e produtos de papel;
- Coque, derivados de petróleo e biocombustíveis;
- Produtos químicos, farmoquímicos e farmacêuticos;
- Produtos de borracha e material plástico;
- Equipamentos de informática, eletroeletrônicos e ópticos;
- Máquinas, aparelhos e materiais elétricos;
- Veículos automotores, reboques e carrocerias;
- Equipamentos de transporte.
Quais melhorias a indústria de transformação traz para a economia
A indústria de transformação movimenta a economia, já que, como vimos, graças a ela, é fabricada a maioria dos produtos que consumimos no dia a dia. Sem falar das máquinas e dos equipamentos que abastecem outras indústrias e demais setores.
Depois de um período de crise econômica, aliada a epidemia do Coronavírus, a indústria como um todo parece estar reagindo. Segundo estatísticas do Portal da Indústria, todos os setores industriais tiveram crescimento em maio de 2021. Até mesmo a geração de emprego aumentou 0,3% em relação ao mês anterior.
Esses resultados podem parecer tímidos, mas demonstram uma reação importante para a retomada da economia como um todo.
Por abranger muitas atividades, uma indústria de transformação forte eleva o PIB, melhora as relações comerciais com outras nações e coloca o país em posição de maior competitividade econômica global.
Isso tudo reflete na geração de emprego e renda, melhorando a qualidade de vida de toda a população.
A indústria de transformação impacta no setor primário e no terciário também, sendo essencial para uma economia dinâmica e saudável.
Do setor primário, ela recebe matérias-primas, e fornece máquinas, equipamentos e insumos. Já do terciário, ela demanda a prestação de inúmeros serviços, como a contratação de facilities.
5 principais desafios da indústria de transformação
Os desafios da indústria de transformação no Brasil são muitos. Aqui, vamos listar os 5 principais, que são:
Desafio 1 – Queda no consumo
A atual desvalorização do real diante do dólar e do euro, além da volta da inflação, têm assombrado as indústrias de transformação. Esses fatores impactam diretamente no nível de consumo das pessoas, fazendo com que, a cada mês, elas comprem menos com o mesmo valor do mês anterior.
Essa oscilação negativa também reduz o número de vagas de trabalho, afetando a renda dos consumidores.
Com menos dinheiro no bolso, as pessoas compram menos. E, com menos compras, diminui a atividade industrial, que gera mais desemprego. Assim, o país entra em um ciclo perigoso, onde é preciso muita assertividade e uma gestão de processos ágil e inteligente para sair dessa sucessão de eventos.
Outro fator que vem diminuindo o consumo de produtos industrializados é a mudança cultural das novas gerações. Muitos jovens optam por não adquirir um automóvel próprio, por exemplo, por achar mais fácil utilizar serviços de transporte por aplicativos.
Outras pessoas estão aderindo a uma vida mais sustentável, consumindo produtos de segunda mão, reciclando e reutilizando materiais, como forma de vida mais consciente, econômica e ecologicamente correta.
Essas mudanças culturais impactam no consumo de massa e exigem que as indústrias de transformação repensem suas atividades econômicas e a forma de entrega de seus produtos.
Como exemplo, recentemente a indústria automobilística lançou serviços de assinatura de veículos. Uma nova modalidade de negócio para as empresas, que foi criado para atender as demandas do público que não quer ter o ônus de ter um carro próprio.
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Desafio 2 – Tributação elevada
A carga tributária no Brasil é bastante elevada, tanto para contratação de pessoal quanto para investimento em novas tecnologias. O setor industrial é um dos que mais paga impostos no país, sendo que a indústria de transformação chega a alcançar uma carga de 46,2%, segundo a CNI.
Esse número acaba por inviabilizar muitos investimentos na área, trazendo um assustador atraso para a indústria brasileira. Colocando, assim, as fábricas nacionais em posição muito frágil diante da concorrência global.
Desafio 3 – Financeirização da economia
Com a financeirização da economia, muitos investidores que antes aplicavam seu capital na indústria, agora estão buscando investir nos mercados financeiros e de crédito. Isso faz com que a indústria de transformação receba menos recursos, além de impactar na compra de novos produtos.
Em um raciocínio simplificado: o grande investidor aplica seu capital em financeiras e o pequeno investidor dispõe suas economias em aplicativos de investimento e Bitcoins, buscando aumentar seus recursos, ao invés de adquirir bens de consumo de maior valor.
Desafio 4: Transferência de plantas industriais
Visando reduzir custos, muitas indústrias de transformação estão transferindo suas plantas industriais para outros estados e, até mesmo, países.
De acordo com dados da própria Confederação Nacional da Indústria, nos últimos 10 anos, foi registrada uma intensa migração de indústrias do Sudeste para outros estados brasileiros.
São Paulo e Rio de Janeiro foram os estados que mais perderam plantas fabris. Já o Pará foi o que se destacou, com a chegada de mais indústrias extrativistas, registrando crescimento. Enquanto que Santa Catarina alcançou o posto de maior polo da indústria de transformação do vestuário.
E a surpresa da vez ficou com Mato Grosso do Sul. O estado avançou da 14ª para a 3ª colocação no ranking nacional de maiores estados produtores do setor de Celulose e papel.
Desafio 5 – Controlar processos, qualidade e produtividade
Para manter sob controle os diversos processos que fazem parte da rotina da indústria de transformação é preciso ter uma gestão de produção industrial muito focada em resultados. E, assim, adotar as melhores práticas, com um olho na melhoria contínua e outro na qualidade dos produtos.
Logo, são necessárias pessoas especializadas e tecnologias avançadas. Isso se torna um grande desafio, visto que, encontrar profissionais no mercado preparados para assumir responsabilidades e com o know-how em metodologias de gestão não é uma tarefa tão fácil.
Já quanto às novas tecnologias, algumas ainda são desconhecidas dos gestores e outras exigem investimentos que nem sempre a indústria está preparada para realizar.
Assim, fazer esse controle de processos, qualidade e produtividade se tornam desafios constantes a serem vencidos.
Qual o papel da tecnologia para superar os desafios da indústria de transformação?
A tecnologia é, hoje, a melhor alternativa para superar os desafios da indústria de transformação. A quarta revolução industrial ou Indústria 4.0 veio para ficar e ajudar as empresas a dar um salto de qualidade nos seus processos produtivos.
Sendo assim, aderir às novas soluções digitais faz com que as empresas possam se manter mais competitivas nos seus segmentos.
Tecnologias como Big Data, Business Intelligence, Internet das Coisas (IoT) e Inteligência Artificial, que compõem a indústria 4.0 possibilitam uma série de vantagens, como o acesso a dados em tempo real. Garantindo, com isso, maior segurança para os gestores na hora da tomada de decisão.
Mais do que máquinas que realizam atividades sozinhas, agora elas “pensam” e tomam decisões a partir de dados precisos que elas mesmas coletam, sem a participação de seres humanos.
Além dessas inovações, o chão de fábrica e o escritório das indústrias de transformação também podem contar com tecnologias como o checklist online, que facilitam e agilizam o processo de gestão da produção.
Sistemas de checagem, como o oferecido pela Checklist Fácil, são decisivos na hora de controlar processos, atividades e tarefas. Afinal, permitem a criação de planos de ação e geração de dados precisos – essencial para o sucesso das auditorias, vistorias e manutenções.
Com esse sistema, você também garante a qualidade e a segurança do trabalho dos seus colaboradores, agenda checagens e soluciona não conformidades com rapidez e eficiência.
E mais: monitora todas as atividades com históricos e relatórios em tempo real.
Muitas indústrias de transformação já aderiram ao sistema da Checklist Fácil. Entre elas estão Toyota, BRF, Siemens, Natura, Klabin, Renault e Docol.
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