Diminua descartes e prejuízos na produção com a inspeção de qualidade. Veja como!

A inspeção de qualidade é o processo certo para avaliar as conformidades no processo fabril, evitando erros, recalls e danos à marca. Entenda como implementar em apenas 3 passos!
Atualizado em: 12 de julho de 2023
Tempo de leitura: 7 minutos

A busca por qualidade jamais se resume a um único processo. Pelo contrário: ela envolve um denso planejamento, estabelecimento de metas e cumprimento de prazos. Tudo isso de acordo com técnicas que otimizam o trabalho de toda a equipe! É nesse contexto que ocorre a inspeção de qualidadeconceito importantíssimo para medir a melhoria contínua da operação.  

Trata-se de uma metodologia que, com base em determinados critérios, indica se um produto atingiu requisitos mínimos e passou por processos fundamentais em sua fabricação. Sendo assim, ela é parte importante da gestão da qualidade.  

Mas como colocar esse conceito tão importante para a produção em prática? Bem, primeiramente é preciso entender como ele funciona e quais os tipos principais. Assim, é possível conduzir uma inspeção de qualidade com parâmetros bem definidos, melhorando nitidamente os resultados da empresa. Vamos conhecer?  

O que é inspeção de qualidade? 

A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) define a inspeção de qualidade de acordo com a norma ISO 2859, que determina que ela é: 

“Uma atividade como medir, examinar, testar ou medir uma ou mais características de um produto e comparar os resultados com os requisitos especificados. A finalidade de uma inspeção é estabelecer se a conformidade é alcançada para cada característica”.  

Por isso, podemos concluir que a inspeção de qualidade envolve o manejo de matéria-prima, materiais, instalações, plantas, procedimentos e serviços ao longo de todos os estágios de produção. Esse conjunto de esforços tem como objetivo a conformidade do que é fabricado em relação aos critérios estabelecidos por normas técnicas. 

É como o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (INMETRO) encara essa tarefa, considerando-a um mecanismo de avaliação de conformidade na execução de um serviço, e envolve a medição e testagem de uma ou mais características do produto.  

Vale lembrar que essa tarefa não é realizada pelos colaboradores da própria produção, ou seja, deve ser feita por profissionais especializados. 

Durante essa inspeção, os produtos que não atendem às especificações são rejeitados ou devolvidos para que passem por melhorias. 

Inspeção e controle: qual a diferença?  

É comum confundir os processos de inspeção e controle de qualidade, mas eles não são sinônimos, apesar dos nomes tão parecidos. 



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Nesse sentido, a inspeção compreende as atividades de conferir os produtos, enquanto o controle refere-se à análise do processo em si, ou seja, no próprio sistema de produção. A inspeção ocorre com base no feedback dos inspetores estritamente quanto aos produtos

Na prática, é possível afirmar que, na inspeção de qualidade, o inspetor segue um checklist pré-estabelecido, elaborado a partir das características do produto que precisam ser analisadas – sejam as peças utilizadas, o produto semi-finalizado ou mesmo quando ele já está pronto para ser comercializado.  

Entre os critérios utilizados na inspeção que devem constar em relatório, há a conferência de:  

  • Características físicas;  
  • Embalagem;   
  • Etiquetagem;   
  • Testes funcionais;   
  • Testes de queda; 

É por isso que a organização é fator determinante para o sucesso da inspeção de qualidade. Com tantos fatores envolvidos para aprovação, listas de verificações costumam ser muito úteis para o sucesso desse processo.   

De onde veio a inspeção de qualidade? 

A inspeção de qualidade surgiu pouco antes do século XX, quando o engenheiro norte-americano Frederick Taylor desenvolveu o modelo de administração científica que ficou conhecido como taylorismo.  

Como as indústrias passaram a produzir muito mais em curto tempo, era comum que diversos produtos fossem devolvidos por causa de defeitos de fabricação. 

Para resolver o problema, a gestão de qualidade foi criada, como forma de satisfazer os clientes e eliminar desperdícios, que eram onerosos com tantos produtos mal fabricados.  

Consequentemente, a inspeção se tornou algo corriqueiro, justamente para se certificar que as melhorias promovidas estavam sendo seguidas à risca. 

Tipos mais comuns de inspeção de qualidade 

Existem várias formas de conduzir a inspeção de qualidade, e isso pode variar de acordo com o segmento da indústria. No entanto, alguns processos são essenciais, independentemente do negócio. 

Podemos destacar 3 tipos principais de inspeção de qualidade, a saber:  

1. Pré-produção 

Também chamada de inspeção inicial, é o tipo de inspeção feita logo no começo do processo de fabricação sobre os insumos e matérias-primas que serão utilizadas na produção. Assim, amostras são visualmente avaliadas ou até enviadas para laboratórios para análise.  

Tem como objetivo garantir que o processo de fabricação já comece corretamente, com os valores mínimos aceitáveis, aumentando as chances de o produto final estar de acordo com o esperado.  

É o tipo de inspeção que minimiza custos com recalls, perdas e defeitos.   

2. Inspeção em linha 

Ou inspeção em processo – é a inspeção que ocorre durante a fabricação. Ela ajuda na rápida identificação de erros e garante a qualidade em todos os produtos. É feita com os primeiros itens que saem da linha de produção.  

Para que haja tempo de correção em caso de necessidade, é preciso reunir muitas amostras. Assim, caso mais de um produto apresente o mesmo problema, não há desperdício em toda a produção, pois há tempo de pausar em busca de melhorias.   

3. Inspeção final 

Muito conhecida também como inspeção pré-embarque, é aquela que ocorre nos produtos já acabados. É a última olhada sobre o que foi produzido antes da distribuição e, consequentemente, a comercialização.  

Dessa maneira, amostras aleatórias são coletadas para análise. Além disso, também fazem parte dessa etapa a contagem de produtos e a averiguação de quantidade armazenada em lote. 

É o que garante a confiabilidade das mercadorias produzidas, indicando que passaram por todas as etapas da produção e, portanto, suas respectivas inspeções.   

Quem deve realizar a inspeção de qualidade? 

A inspeção de qualidade pode ser feita de duas formas: por uma empresa ou um controlador de qualidade interno, que pode formar uma equipe específica para este fim, dependendo da quantidade do que é produzido.  

Assim, a própria fábrica, enquanto fornecedora, pode fazer inspeções antes de passar o produto adiante, desde que respeitando normas técnicas vigentes.   

Essas normas podem ser consultadas no INMETRO, por exemplo, que é um órgão brasileiro cuja função é fortalecer as empresas nacionais, aumentando sua produtividade por meio da adoção de mecanismos destinados à melhoria da qualidade de produtos e serviços. 

Em todo caso, o correto é que a inspeção de qualidade considere:  

  • Características dimensionais, mecânicas e elétricas, utilizando documentos e procedimentos padrão;  
  • Uso de ferramentas corretas para medições precisas;  
  • Definição de aceite ou rejeição;  
  • Verificação de conformidade;  
  • Estabelecimento de uma rotina de inspeção coerente com a fabricação;  
  • Atualização e armazenamento de certificações e relatórios de inspeções realizadas.  

Assim, a incidência de produtos em mal estado chegando aos clientes consegue ser minimizada.   

Qual a importância e os benefícios de realizar essa atividade? 

A empresa que deseja conquistar e reter clientes, elevando seus padrões e se destacando da concorrência, certamente deve se preocupar com inspeção de qualidade. Afinal, é ela que garante a satisfação do cliente

Além disso, a inspeção de qualidade é parte importante do controle de qualidade, uma vez que permite o aprimoramento de desempenho do pessoal, bem como de processos de fabricação e até do próprio ambiente de trabalho.  

São muitos os benefícios em investir nesse conceito. Além do aumento do índice de satisfação dos consumidores e do impacto que isso tem para o aumento das vendas, há ainda a redução de custos por falhas.  

Isso porque a alta de qualidade gera uma série de custos tangíveis e intangíveis à organização. Em contrapartida, quando não há preocupação nesse sentido, há a elevação de:

  • Retrabalho;  
  • Descarte;  
  • Reclamações dos clientes;  
  • Recall;  
  • Danos à marca. 

Operações com maior lucratividade tem processos assertivos e eficientes. Portanto, a inspeção é imprescindível para cumprir essa missão. Isso também significa estar à frente da concorrência, uma vez que, com processos mais ágeis e produtos de melhor qualidade, sua imagem no mercado melhora consideravelmente.

A inspeção também promove o alinhamento de processos, que ajudam na redução de erros e, em paralelo, de acidentes no ambiente de trabalho.    

Passo a passo para realizar uma inspeção de qualidade eficiente 

Agora que você já entendeu exatamente como ela funciona e quais são os efeitos práticos desse procedimento, é hora de implementá-lo ou mesmo otimizá-lo dentro do seu negócio. 

Vamos ao passo a passo!  

1. Mapeie processos 

Antes de começar qualquer melhoria na operação, é preciso conhecer cada detalhe de todos os processos executados. Muitos gestores acreditam já conhecer tudo sobre suas operações, até fazerem esse estudo minucioso – e descobrir pontos de desperdício, lentidão e retrabalhos antes inimagináveis. Bem como oportunidades que antes não estavam tão claras.  

Portanto, dedique-se ao mapeamento de processos e descubra todas as etapas da operação. Esse mapeamento deve envolver fatores como: 

  • Quantidade de colaboradores para cada tarefa;
  • Métodos utilizados;
  • Maquinário envolvido.  

Se você quer saber exatamente como cumprir essa missão, confira nosso conteúdo sobre mapeamento de processos e identificação de problemas na organização.   

2. Planeje a inspeção 

Não há processo bem executado sem um bom planejamento por trás. E isso também é válido para as inspeções de qualidade! Assim, é importante traçar estratégias com base em tudo o que foi mapeado no primeiro passo.  

Defina em quais fases de fabricação serão feitas as inspeções, quem vai responder por essa operação e que tipo de inspeção será realizada. E mais: quais são os indicadores de desempenho necessários, que devem ser complementares às métricas de todos os demais processos da gestão da qualidade como um todo.  

Sem esse planejamento, a tendência é que as inspeções não sejam realizadas de forma organizada, o que prejudica a eficácia desse trabalho. É através do planejamento que são estabelecidos os parâmetros de qualidade, que tornarão possível o comparativo entre o que é inspecionado. De forma que se possa concluir precisamente o estado desses itens, sua aprovação ou reprovação.  

Isso significa estabelecer um padrão mínimo que servirá como modelo na inspeção. Quando algum item não alcançar essa meta estabelecida, ele será automaticamente reprovado. Portanto, esse é o passo que mais demanda atenção, bem como reuniões com fornecedores e o time de inspeção.  

Em resumo, é importante definir:  

  • Se a inspeção ocorrerá por atributos, variáveis ou por amostragem; 
  • Quais serão os responsáveis pela inspeção; 
  • Quais ferramentas serão utilizadas para fazer a inspeção; 
  • A quantidade de produtos que deverá ser inspecionada em cada etapa.  

Todas essas etapas devem seguir suas respectivas normas técnicas, quando houver.    

3. Automatize a operação 

Existem duas formas que os gestores podem acompanhar essa operação: de forma manual, em planilhas criadas a partir do zero, e com o auxílio de software de gestão. 

Por mais contraditório que pareça, planilhas manuais podem custar mais caro à operação que a contratação de tecnologia.  

Isso porque, quando o controle é feito em planilhas básicas do Excel, a operação fica sujeita a erros humanos, além de sofrer com a lentidão e a falta de assertividade, uma vez que nem tudo é integrado e padronizado. 

A integração garante que diferentes gestores envolvidos no processo tenham acesso aos dados em tempo real. Já a padronização tem como objetivo delimitar aspectos do trabalho que devem ser cumpridos por todos, de forma que a informação seja repassada da mesma maneira. 

Todos esses problemas são resolvidos com a automação, isto é, com o uso de sistemas que auxiliam a gestão e a execução do trabalho, com processos que podem ser otimizados e até feitos pelo próprio sistema, necessitando apenas da aprovação de um gestor para finalização.  

Um sistema também permite a criação de relatórios de forma muito mais coerente, o que ajuda na mensuração e análise de resultados das inspeções, garantindo a eficiência da coleta de dados em tempo real.  

Como já falamos, checklists online podem ajudar na gestão da inspeção de qualidade, uma vez que permite criar as listas de verificação para que as atividades sejam desempenhadas com mais eficácia e rapidez na ponta – e ainda facilita a extração de dados para relatórios assertivos. 

Com o Checklist Fácil é possível automatizar a operação e criar listas de acordo com a necessidade do seu negócio, auxiliando processos de aprovação e assegurando uma inspeção de qualidade bem feita. 

Ficou interessado? Agende uma demonstração e saiba como a ferramenta ajuda a alcançar os melhores resultados. 



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